ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 16-3-2006.

 


Aos dezesseis dias do mês de março do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mônica Leal e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Gerson Almeida, Ibsen Pinheiro, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 039/06 (Processo nº 0960/06); pelo Vereador Elias Vidal, o Pedido de Providência nº 335/06 (Processo nº 1157/06). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 177, 178, 179 e 180/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Sexta e da Sétima Sessões Ordinárias. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Dinara Fraga Del Rio, Diretora da Secretaria de Administração e Finanças do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul – SINDISPREV-RS –, que discorreu acerca da possibilidade de demissão de trezentos e vinte e dois funcionários do Hospital Presidente Vargas, contratados emergencialmente junto à Fundação Riograndense Universitária de Gastroenterologia – FUGAST. Em relação ao assunto, salientou a importância desses profissionais para a manutenção da excelência dos serviços prestados à população pelo Hospital Presidente Vargas, em especial nas áreas de saúde da mulher e de pediatria. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Dr. Raul, Aldacir Oliboni, Maristela Maffei, Raul Carrion, Maurício Dziedricki, Neuza Canabarro, Clênia Maranhão, Claudio Sebenelo e João Carlos Nedel manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em continuidade, o Vereador Aldacir Oliboni formulou Requerimento verbal, solicitando que seja marcada reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente com a Fundação de Gastroenterologia e representantes dos Poderes Públicos Municipal, Estadual e Federal sobre o assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado que, durante esse período, seriam realizadas homenagens à Academia Brasileira de Direito Processual Civil e ao transcurso do septuagésimo quinto aniversário do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico-Eletrônico de Porto Alegre. Compuseram a MESA, para a homenagem à Academia Brasileira de Direito Processual Civil: o Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Márcio Louzada Carpena e Valternei Melo de Souza, respectivamente Presidente e Diretor Financeiro da Academia Brasileira de Direito Processual Civil. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Márcio Bins Ely enalteceu o trabalho desenvolvido pela Academia Brasileira de Direito Processual Civil, sublinhando o empenho de seus integrantes no estudo e debate do Direito Processual Civil Brasileiro. Nesse sentido, enumerou iniciativas dessa Academia, que visam ao desenvolvimento acadêmico e à qualificação profissional de seus filiados, elogiando a criação de cursos de pós-graduação e a realização de intercâmbios culturais lá realizados. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou o Vereador Márcio Bins Ely para, juntamente com Sua Excelência, proceder à entrega de Diplomas, referentes à presente solenidade, aos Senhores Márcio Louzada Carpena e Valternei Melo de Souza, concedendo a palavra ao Senhor Márcio Louzada Carpena, que destacou a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e doze minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Senhor Presidente informou que seria iniciada homenagem para assinalar o transcurso do septuagésimo quinto aniversário do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico-Eletrônico de Porto Alegre. Compuseram a MESA: o Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Claudir Antônio Nespolo, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico-Eletrônico de Porto Alegre; a Senhora Angelina Maria Martins, viúva do ex-Vereador Eloy Martins, sócio fundador do Sindicato homenageado. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Raul Carrion dissertou sobre a história do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico-Eletrônico de Porto Alegre, homenageando as lutas dessa entidade na defesa dos interesses da categoria profissional por ela representada. Ainda, recordou passagens onde foi decisiva a participação desse Sindicato na conquista por melhores condições de trabalho, destacando greves e mobilizações realizadas nesse sentido. Na    ocasião, o Senhor Presidente registrou o recebimento de correspondência alusiva à presente solenidade, enviada pela Deputada Federal Jussara Cony. Após, o Senhor Presidente convidou o Vereador Raul Carrion para, juntamente com Sua Excelência, proceder à entrega de Diplomas, referentes à presente solenidade, ao Senhor Claudir Antônio Nespolo e à Senhora Angelina Maria Martins, concedendo a palavra ao Senhor Claudir Nespolo, que destacou a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao transcurso dos setenta e cinco anos do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico-Eletrônico de Porto Alegre. Às quinze horas e quarenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ibsen Pinheiro contestou críticas da imprensa a esta Casa, por votar Projetos de Lei denominando logradouros e concedendo Títulos ou Prêmios, argumentando que esses atos fazem parte das atribuições do Poder Legislativo. Diante do exposto, explicou que temas polêmicos exigem mais tempo de discussão, salientando que a realização de debates qualificados sobre assuntos relevantes acarretará a melhoria do conceito desta Câmara junto à população. O Vereador Márcio Bins Ely relatou sua participação nas negociações entre o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre e a Secretaria Estadual da Fazenda, no sentido de adequar a legislação estadual sobre isenção de impostos na compra de novos táxis às novas normas federais. Também, ressaltou a importância de se possibilitar a essa categoria profissional a troca do veículo a cada dois anos, realçando que o desgaste de veículos em Porto Alegre é maior do que no interior do Estado. O Vereador Mario Fraga discorreu acerca de problemas de segurança pública no Bairro Vila Nova, desaprovando a diminuição, no final do ano passado, do policiamento ostensivo realizado pela Brigada Militar nessa região. Além disso, informou que propôs a realização de homenagem desta Casa aos Desportistas João Derly, Judoca, e Alexandre Paradeda, Velejador. Finalizando,    anunciou a reinauguração, no dia vinte de março do corrente, do Centro Esportivo TV Difusora, no Bairro Restinga. A Vereadora Maria Celeste, discutindo problemas no entorno da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, cobrou dos Governos Estadual e Municipal medidas no sentido de melhorar as condições de segurança pública em Porto Alegre. Sobre o assunto, propôs a realização de Audiência Pública da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, asseverando que é necessária uma forte ação conjunta entre os Poderes Públicos e a população no combate à criminalidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal defendeu o Projeto de Lei do Executivo nº 009/06, que cria a Corregedoria e a Ouvidoria da Guarda Municipal, discordando da posição contrária dos Vereadores Carlos Comassetto e Sofia Cavedon quanto à criação de Cargos em Comissão nele prevista. Ainda, defendeu a necessidade dessa modificação para um correto aparelhamento da Guarda Municipal, avaliando as dificuldades causadas pela falta de equipamento no combate ao crime. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Claudio Sebenelo enalteceu o trabalho realizado pelos jornais de bairro de Porto Alegre, elogiando reportagem de autoria do Jornalista Názaro Borges, veiculada no Jornal Restinga, sobre o abandono e depredação de prédios públicos da Cidade. Nesse contexto, analisou problemas enfrentados pela população do Bairro Restinga, sustentando que a falta de recursos financeiros deve ser contornada para melhorar as condições dessa região. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Mônica Leal, examinando a necessidade de combate à criminalidade, rechaçou declarações do Vereador Carlos Comassetto, veiculadas no Jornal do Comércio, sobre a proposta de criação de Cargos em Comissão pelo Governo Municipal, afirmando que essa iniciativa objetiva o cumprimento do Decreto Federal nº 5.123/04, que exige a instalação de Corregedoria e Ouvidoria para o armamento da Guarda Municipal. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei comentou a invasão do Horto Florestal da Aracruz Celulose, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e pela Via Campesina no dia oito de março do corrente. Ainda, analisou questões atinentes ao impacto ambiental negativo que resulta das atividades desenvolvidas por essa empresa, em especial quando da plantação de florestas de eucaliptos e do processamento de pasta de celulose. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, A Vereadora Maristela Maffei, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, a respeito da empresa Aracruz Celulose, destacou que os projetos implantados por essa empresa no País têm resultado em graves problemas de poluição do ar e das correntes fluviais e acarretado a deteriorização gradativa do solo, o que exige volumosos recursos para possibilitar seu futuro reaproveitamento como área agricultável. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 005 e 004/06, este discutido pelos Vereadores Mônica Leal e Bernardino Vendruscolo; os Projetos de Lei do Legislativo nos 007 e 037/06, este discutido pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Resolução nº 143/05; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 005, 028 e 029/06, os Projetos de Lei do Executivo nos 006, 009 e 010/06, os dois últimos discutidos pelos Vereadores Carlos Comasseto e Ervino Besson, o Projeto de Resolução nº 155/05; em 3ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n 002/06, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nº 003/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 006, 022, 023, 024, 034 e 035/06, 332 e 333/05, este discutido pelo Vereador Elói Guimarães, os Projetos de Lei do Executivo nos 028/05, 002, 003 e 005/06, os Projetos de Resolução nos 083 e 144/05, 026 e 054/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen refutou críticas efetuadas hoje pelo Vereador Carlos Comassetto, no período de Pauta, aos Projetos de Lei do Executivo nos 009 e 010/06, que criam Cargos em Comissão na Administração Centralizada. Também, anunciou que solicitará ao Ministério Público que sejam averiguadas responsabilidades na morte de uma criança, ocorrida na invasão da empresa Aracruz Celulose, no dia oito de março do corrente. Após, foi apregoado o Ofício nº 020/06, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria da Vereadora Manuela d’Ávila, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo em reunião com o Chefe de Gabinete da Secretaria Executiva do Ministério do Esporte, agendada para hoje, às quinze horas, em Brasília – DF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Maurício Dziedricki relatou reunião mantida com a Secretária Municipal da Administração, sobre os Projetos de Lei do Executivo nos 009 e 010/06, afirmando que a criação de Cargos e a liberação de horas-extras pelo Governo Municipal têm sido embasadas rigorosamente em quesitos como a essencialidade e eventualidade dos serviços. Da mesma forma, contestou a eficácia de programas federais de geração de empregos voltados ao público jovem. O Vereador Carlos Comassetto criticou a gestão do Senhor José Fogaça como Prefeito municipal, citando problemas existentes no sistema público de saúde. Ainda, frisou que houve um crescimento no número de Cargos em Comissão após dois mil e quatro e que hoje parcela desses servidores recebe o pagamento de hora-extra concomitantemente ao Regime de Dedicação Exclusiva, alegando que esses recursos poderiam ser direcionados para projetos de qualificação dos serviços públicos. O Vereador Ervino Besson registrou sua participação, em representação externa deste Legislativo, no dia quatorze de março do corrente, no lançamento do Programa de Monitoramento da Área Produtiva, implantado pelas Centrais de Abastecimento do Estado do Rio Grande do Sul Sociedade Anônima – CEASA. Igualmente, informou que esse programa objetiva o acompanhamento técnico dos fornecedores dessa instituição, garantindo assessoramento ao agricultor e qualidade aos consumidores.O Vereador Raul Carrion abordou visita hoje efetuada por Sua Excelência à instituição Servos da Caridade, responsável por projetos de assistência social a crianças e idosos da Zona Norte da Cidade. Também, teceu considerações quanto aos resultados de pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística – IBOPE –, segundo a qual o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva estaria liderando as intenções de voto nas eleições presidenciais de outubro do corrente ano. O Vereador Luiz Braz cumprimentou a Ministra Helen Gracie Northfleet pela sua escolha como Presidenta do Supremo Tribunal Federal – STF –, declarando que a atuação dessa jurista sempre foi caracterizada pela responsabilidade, competência e respeito à autonomia garantida constitucionalmente aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Finalizando, classificou como política e parcial a gestão realizada pelo Ministro Nelson Jobim, hoje na presidência desse Tribunal. Após, a Vereadora Sofia Cavedon procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de Requerimento assinado por Sua Excelência, pela Vereadora Maristela Maffei e pelo Vereador Raul Carrion, solicitando seja convidada a comparecer neste Legislativo a Senhora Sônia Mauriza Vaz Pinto, Secretária Municipal da Administração, para esclarecimentos acerca do pagamento de horas-extras a servidores ocupantes de Cargo em Comissão na Prefeitura Municipal, tendo o Senhor Presidente determinado à Diretoria Legislativa que fossem tomadas as providências necessárias à tramitação desse Requerimento. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezessete horas e cinqüenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes. Às dezoito horas e trinta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum para a reabertura da presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz e Haroldo de Souza e secretariados pelos Vereadores Haroldo de Souza e João Carlos Nedel, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Dinara Fraga Del Rio, representando o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência no Estado do Rio Grande do Sul - Sindisprev-RS, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à demissão dos trabalhadores da Fugast.

 

A SRA. DINARA FRAGA DEL RIO: Boa-tarde, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, boa-tarde Vereador que preside a Mesa, boa-tarde colegas desta Plenária, colegas do Hospital Presidente Vargas, colegas aposentados, municipários, colegas do Estado e demais presentes.

O Sindisprev, o Departamento dos Trabalhadores do SUS e a Secretaria dos Trabalhadores do SUS, do Sindisprev - Sindicato dos Servidores da Saúde, Trabalho e Previdência -, reunimo-nos e solicitamos a esta Casa este espaço na Tribuna Popular para fazermos uma apresentação do que vem ocorrendo, ao longo dos anos.

O Hospital Presidente Vargas é um hospital de referência estadual à saúde da mulher e da criança. Ao longo dos anos, por muitas vezes, comparecemos nesta Casa não só para fazermos a denúncia, mas mostrarmos a necessidade da continuidade do atendimento naquele Hospital.

O Hospital foi fundado nos anos 50 pelo antigo IAPETEC, quando ainda estávamos com os IAPES - Institutos de Aposentadorias e Pensões -, e começaram as suas modificações a partir dos anos 70, concluindo, então, nos anos 90, quando a administração daquele Hospital passou para o Instituto Nacional de Previdência e Seguridade Social. No ano de 2000, passou a ser administrado pelo Município, quando da municipalização plena da saúde aqui na cidade de Porto Alegre.

Porém, o Hospital manteve sempre o atendimento materno-infantil, especializado na área da saúde da mulher e na área da saúde da criança, ganhando, inclusive, nos anos de 90, o Prêmio Hospital Amigo da Criança. O Hospital, que era administrado pelo Governo Federal, em 2002, com a municipalização da Saúde, passou para o Sistema Único de Saúde. Anterior a isso, nos anos 80 e 90, era gerenciado pelo Governo do Estado em convênio com a Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre. O Hospital Presidente Vargas é, também, um hospital-escola com a formação de vários médicos nas especialidades materno-infantil. Então, é um Hospital que não trata só do atendimento à população, mas, também, no auxílio à formação dos futuros médicos nas áreas de ginecologia, maternidade e atendimento à criança, bem como na formação na área da Enfermagem, nas especialidades de neonatologia e obstetrícia.

Então, nós estamos aqui presentes para fazer esse relato e para colocar que na continuidade da assistência desse Hospital, ao longo desses anos, nós tivemos a contratação, através de concurso público federal, dos concursados em nível federal.

Com a municipalização plena da Saúde, em 2002, aqui no Município de Porto Alegre, nós tivemos o gerenciamento daquele Hospital através da Secretaria Municipal de Saúde. Nesse gerenciamento, ao longo    do tempo, viu-se que aquele concurso público federal deixou de ser efetivado, o mesmo ocorrendo com o Governo do Estado.

Nos anos 90, nós tivemos a contratação, sob a Administração do Governo do Estado, de pessoas nas áreas de Enfermagem, da área médica, e as pessoas estavam sendo contratadas através de um convênio do Governo do Estado com a Fundação de Gastroenterologia, por meio de um contrato emergencial, e de lá para cá, como não houve mais concursos públicos, os colegas que lá entraram através dessa contratação, foram ficando para substituir os servidores que se aposentavam. Em 1993, o Estado sofreu uma intervenção do Ministério Público, que questionou esse convênio do Governo com essa Fundação. É importante colocar que essa questão ainda está tramitando, esse fator jurídico ainda está tramitando, e, segundo declaração do Juiz da 2ª Vara, a questão está centrada na contratação através da Fundação. Mas nessa ação o Juiz coloca que esses trabalhadores deverão ser devolvidos - é esse o termo utilizado - à Fundação de Gastroenterologia. Ora, senhores, se forem devolvidos esses trabalhadores - e, por outro lado, a Fundação diz que não tem trabalhadores, que os trabalhadores são do Estado, e coloca isso dessa forma na ação - ocorrerão as demissões desses trabalhadores.

São 322 trabalhadores só no Hospital Presidente Vargas. Mas nós também precisamos dizer que a contratação não é só no Hospital Presidente Vargas. Isso é o que está estabelecido.

Os trabalhadores que são contratados pela Fundação estão também em outros locais como no Sanatório Partenon, no Hospital São Pedro, no Hemocentro; aí são gerenciados pelo Governo do Estado. Também nós temos em média 14 trabalhadores, contratados pela Fugast, lá no Leprosário. Todos sabem que o Leprosário fica na Colônia Itapuã, que presta atendimento aos pacientes que são crônicos e com doença mental. Eu penso ser importante nós referenciarmos também que desses colegas que estão trabalhando na Colônia Itapuã muitos residem lá. Então, com as demissões, essas pessoas não perderiam só o seu emprego, mas também a sua moradia.

Eu queria colocar também que a maioria desses trabalhadores são mulheres, negras e são a cabeça do casal.

É importante referenciarmos isso, e também a questão dos leitos, pois deixariam de ser atendidos pacientes nessas duas especialidades. Na neonatologia, só leitos de internação são 33; na pediatria, 41; na ginecologia, 10; na obstetrícia de alto risco - porque também temos um serviço de alto risco, que atende as mulheres com hipertensão e as pré-eclampsias -, 10; na psiquiatria, 20 leitos, e mais os leitos de apoio; na observação pediátrica 10; e, na recuperação - porque também é um hospital de cirurgias -, há sete leitos.

O que buscamos aqui? Estamos com duas mães usuárias no atendimento às crianças com doenças, e sabemos que a internação leva tempo; às vezes ultrapassa os doze meses do ano, e o que buscamos na Câmara é tentar fazer com que aquele Hospital não feche, porque, se acontecerem as demissões, com certeza o Hospital estaria fechando esses leitos. Temos um compromisso como trabalhadores do SUS, e sabemos que esta Casa também tem o compromisso com a Saúde, e o Sistema Único de Saúde deixaria de atender esse número de leitos que estamos colocando aqui. O que precisaríamos, na verdade, é da colaboração dos Srs. Vereadores, no sentido de nos auxiliarem, para evitarmos o fechamento do Hospital. Solicitamos, inclusive, a realização de uma Audiência Pública com os outros órgãos do Governo do Estado e do Governo Federal, para que a gente possa encaminhar essa questão.

A questão das Parcerias Público-Privadas também vai nesse caminho que está colocado lá para o Hospital Presidente Vargas, e muitos de nós já estivemos em frente daquele Hospital na luta contra as organizações sociais, o que também é uma pretensão do Governo Federal para aquele Hospital. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Muito obrigado, Srª Dinara Fraga Del Rio. Convidamos V. Sª para integrar a Mesa como representante do Sindicato dos Trabalhadores na Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul - Sindisprev.

Solicito ao Ver. Dr. Goulart que assuma a Presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Dr. Goulart assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Ver. Dr. Goulart, Presidente, Srª Dinara, todos os presentes, eu gostaria de deixar, em nome da Bancada do PMDB, a solidariedade dos Vereadores, e, em meu nome pessoal, como médico e trabalhador da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul e na condição de Delegado Regional de Saúde, licenciado, eu me proponho, também, a ser mais um parceiro, para que nós discutamos isso em nível de Estado. Então, me coloco totalmente à disposição de vocês, porque é um assunto difícil e é um assunto para o qual temos de procurar a melhor solução para todo mundo. E o Estado, com certeza, tem de ter a sua participação intensa dentro disso. Então, em nome do pessoal da nossa Bancada, do Ver. Ibsen Pinheiro, do Ver. Haroldo de Souza e do Ver. Bernardino Vendruscolo, trago o meu apoio e a possibilidade de trabalhar junto com vocês nesse processo. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Dr. Goulart, também sempre preocupado com a questão da Saúde; companheira Dinara, Diretora do Sindisprev; colegas Vereadoras e Vereadores; funcionários da Fugast, enfim, todos os que acompanham o Canal 16, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós também queremo-nos somar nessa caminhada, nessa luta que não é de hoje, conforme a Dinara aqui colocou. Existe essa pretensão do Governo do Estado como também do Ministério Público, por intermédio de uma ação que acabaria, praticamente, com a demissão dos servidores da Fugast, que, em tese, estariam prestando esse serviço para o Hospital Presidente Vargas e demais entidades aqui nominadas, principalmente a questão do leprosário. Só quem foi ao leprosário sabe o quanto é importante manter esses servidores para dar a garantia desse atendimento e assistência. Então, nesse sentido, nós queremos ser parceiros.

Queremos dizer também que essa ação que impede a demissão desses servidores foi impetrada pelo Sindisprev, pelo Sindisaúde, pelo Sindicato dos Enfermeiros, que só não foram demitidos em função dessa ação.

Acho de extrema importância a Câmara Municipal somar-se a essa questão. Eu tenho certeza de que o Poder Público Municipal está sensibilizado, porque, uma vez isso acontecendo, aquele hospital, inclusive dito pelo próprio Diretor, poderá fechar as portas, e nós não podemos perder um atendimento de tamanha grandeza como é no Hospital Presidente Vargas, principalmente na questão da especialidade de mulheres e crianças. Nesse sentido, essa assistência tem de continuar.

Nós tivemos, ontem, uma reunião na Secretaria da Saúde, colocando inclusive essa questão, conforme o Ver. Nedel aqui também pode apresentar, e o Governo Municipal mostrou-se sensível. Quanto à ação que aqui a Dinara, Diretora do Sindisprev, coloca, ela é oportuna, nobre Presidente, à medida que nós oportunizarmos uma audiência pública com o Governo Federal, o Governo Estadual, o Ministério Público, o Diretor do Hospital HPV, inclusive as outras entidades que envolvem os servidores, para encontrarmos uma saída. Nesse sentido, parabéns pela iniciativa. Estamos à disposição dos trabalhadores e dos sindicatos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Prezado Presidente, prezada representante da Fugast, Srª Dinara, bem como todos os trabalhadores e trabalhadoras, que sabemos que são a grande maioria. Na época, quando da luta pela municipalização – nós que lutamos tanto por isso -, lembrava o desespero, mas também a luta e a garra que tinha o quadro funcional, e esses também que estão nesta situação, lutaram para a questão da municipalização, porque sabiam o estado em que estava esse Hospital.

Esse Hospital, aliás, por excelência, possui o papel de acolher todos os atendimentos do Conselho Tutelar que são encaminhados para lá, tanto em nível psicológico, como em nível geral. E trato isso com carinho, como Coordenadora de Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente. E há mais a questão, também, do trabalho, e o nosso médico, Vereador e Presidente da Casa, sabe o significado do trabalho específico que desempenha esse Hospital em relação à saúde da mulher.

Quero me colocar, também, à disposição, assim como a minha Bancada, com o nosso Dep. Federal Beto Albuquerque, no sentido de estarmos juntos nessa parceria, mas também cobrarmos responsabilidade - até porque hoje está municipalizado - do papel do Município, que tem de estar junto nessa negociação. Acho que tem de sair daqui, hoje, não apenas da Comissão de Saúde, mas de todos os Vereadores interessados - já quero me colocar à disposição - uma comissão que vá acompanhar esse processo, conforme o encaminhamento do companheiro Ver. Aldacir Oliboni. Solidariedade e luta para que isso aconteça, e que se resolva da melhor forma possível. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, o nosso abraço à nossa companheira Dinara, de tantas lutas conjuntas, em nome de quem saúdo os representantes da categoria dos trabalhadores e trabalhadoras da Saúde aqui presentes. Sabemos da necessidade de vocês regularizarem a situação, mas, evidentemente, a demissão dos trabalhadores, antes de haver um concurso público que sane o problema, seria uma coisa totalmente incorreta, porque não só iria prejudicar os trabalhadores, mas iria criar um grande problema para os usuários do SUS, Ver. Dr. Goulart, que é um trabalhador da Saúde também, porque nós estaríamos criando um vazio no atendimento da nossa sociedade. Por isso nós estamos solidários; parece-nos que a posição do Sindisprev e dos trabalhadores e trabalhadoras é uma posição justa; eles pedem que não haja demissões enquanto não houver uma solução para regularizar isso, através de um concurso, que tem que existir.

Nós queremos dizer que a Bancada do PCdoB, tanto eu como a Verª Manuela, que só não se encontra aqui, porque está em representação desta Casa em Brasília numa audiência com alguns Ministros, está junto nessa peleia, e que nós podemos acompanhar quaisquer tratativas que se imponham, inclusive com o Secretário da Saúde. Queremos também dizer que a nossa Deputada Jussara Cony, que, aliás, tem um grande trabalho na área da Saúde, também é uma companheira que estará junto, quando convocada pela categoria e pelo Sindicato. Muita luta, muita sorte e muita vitória! Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Diretora Dinara Fraga, que representa aqui não somente as pretensões da Fugast, mas bem como o Sindisprev, tratando de um tema que nos trouxe preocupação a ponto de motivar algumas reuniões já com a Secretaria Municipal de Administração, para tratar desse problema evidente que encontramos no Hospital Presidente Vargas, e sobre as demissões dos funcionários da Saúde. Uma das questões que a gente pôde levantar é a dos anos já transcorridos da pendência judicial, garantindo, liminarmente, que os trabalhadores possam prestar aquilo que é de melhor para a Cidade, que é a manutenção do Hospital de portas abertas. Tenho certeza de que - Ver. Dr. Goulart, V. Exª que tem uma militância muito presente na área da Saúde - o compromisso da Prefeitura é pela manutenção da abertura do Hospital e a manutenção dos funcionários junto ao Hospital Presidente Vargas. Esse é o encaminhamento que a Secretária Municipal da Administração fez questão de transmitir e que a Secretaria Municipal da Saúde também busca construir com relação aos empregados do Hospital Presidente Vargas.

Mas uma das questões que nós precisamos levantar é justamente a preocupação e a impossibilidade de levantarmos um contrato emergencial, para que lá possa ser feita uma medida paliativa, que não vai atender à Saúde de Porto Alegre.

É importante nós respeitarmos esses funcionários que lá estão com ações concretas e com essa parceria proativa junto ao Governo do Estado, ultrapassando não somente os obstáculos que até agora já foram levantados, Dinara, mas construindo, principalmente, as soluções para que eles possam estar cumprindo com o devido dever da Saúde ao povo de Porto Alegre. Sucesso para vocês, e contem com esta Bancada, do Ver. Elói Guimarães, do Ver. Brasinha e deste Vereador.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srª Dinara Fraga Del Rio, Diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência no Estado do Rio Grande do Sul, em relação à demissão dos trabalhadores da Fugast quero dizer que de parte da Bancada do PDT, do Ver. Ervino Besson, do Ver. Nereu D'Avila, do Ver. Márcio Bins Ely, do Ver. Mario Fraga, do Ver. Dr. Goulart e desta Vereadora, podem contar com toda a nossa solidariedade, apoio e trabalho, porque a Educação e a Saúde são prioridades do PDT, e por onde nós passamos com a possibilidade de administrar, tanto Prefeitura como Estado - Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia -, nós colocamos a Saúde em primeiro lugar, é a prioridade, e deixar outras coisas, abrir mão de outros assuntos, para que o nosso usuário, que é a criança, e o usuário do sistema de Saúde pública possa ter os benefícios a que ele faz direito e merece. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PPS, do Ver. Professor Garcia, do Ver. Paulo Odone, do Ver. Elias Vidal e desta Vereadora, queríamos saudar a presença de todos os profissionais da Saúde e assim como a Presidente do Sindicato, que traz uma problemática extremamente importante para a Saúde no nosso Município. Tratar do Hospital Presidente Vargas é tratar de um dos equipamentos da Saúde fundamentais, porque é um Hospital de excelência na área materno-infantil.

Então, a preocupação trazida por vocês é também a nossa preocupação. Nós temos acompanhado, há muitos anos, a precariedade desses contratos, temos acompanhado a posição da Justiça sobre eles e queremos assim também, como o Ver. Maurício, o Ver. Oliboni e outros Vereadores que aqui me antecederam, nos colocar à disposição do Sindicato, do conjunto da categoria, dos meus colegas da Saúde - eu também sou uma profissional da Saúde -, para podermos reforçar todas as ações. Sei que essa também é a preocupação do Governo, da Secretaria de Saúde, para que possamos conseguir, com a maior brevidade possível, a continuidade, a permanência dos profissionais que, ao longo dos últimos anos, cumpriram com enorme responsabilidade e dedicação essa missão. Parabéns ao trabalho de vocês! Contem com a nossa participação nessa caminhada pela qualificação, pela humanização e pela ampliação do atendimento de saúde no nosso Município. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Um abraço aos servidores da Saúde, aqui vindos em forma de Sindicato. Dinara, existem algumas leis, muitas delas que não podem ser aplicadas na área da Saúde, por exemplo, a Lei nº 8.666, de concorrências, com prazos insuportáveis para a área da Saúde. Muitas vezes, sobre as questões de concurso público em que nós somos inflexíveis de que têm que haver, mas muitas vezes a área da Saúde precisa de gente para trabalhar. Foi o que aconteceu com a Fugast, que foi uma terceirização do trabalho na época em que o hospital lotava e não havia profissionais para o trabalho.

Hoje, por força da Lei, e por força de uma atitude do Ministério Público, nós temos que abrir mão do uso da Fugast para o atendimento no Hospital Materno-Infantil, onde, no meu trabalho, deixei muitas noites de sono, mas acho que é fantástica não só a destinação, mas a permanência da Fugast lá. Que se façam concursos públicos e que, pelo menos, se espere o concurso público para, depois então, essas mesmas pessoas da Fugast terem a oportunidade de fazer esse concurso.

Eu lembro muito de uma música do Geraldo Vandré, em que ele dizia o seguinte: “Gado a gente tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente!” A Lei não pode ser dessa forma. Acho que se tem que ter complacência e compreensão com o maravilhoso pessoal da área da Saúde, que presta um serviço inestimável à população de Porto Alegre. Muito obrigado pela presença de vocês. Meus parabéns, Dinara. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Em nome da Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores João Antonio Dib, Mônica Leal e do meu, dou as boas-vindas para a Presidente Dinara, e agradecer pelo que vem nos trazer aqui. Como Presidente da Comissão de Saúde, também fiquei muito satisfeito em recebê-la. Nós todos sabemos, e a senhora já explicou, que aproximadamente há 10 anos, o Ministério Público entrou com uma ação, que hoje tem decisão, determinando o rompimento do convênio junto ao STJ, mas o Sindicato entrou com um agravo que está ainda em tramitação. No entanto, recentemente, o Estado determinou, mesmo antecipando-se à decisão do STJ, o rompimento desse convênio. Novamente o Sindicato conseguiu uma liminar suspendendo o rompimento e, conseqüentemente, as demissões.

Eu tive contato com a Secretaria da Saúde, com o Governo Municipal, e todos estão sensíveis ao assunto; desejam manter o convênio com a Fugast, porque se houver as demissões, o Hospital vai-se desmobilizar. Esperamos uma solução adequada. Fique certa, Presidente Dinara, de que a Secretaria da Saúde, o Governo Municipal, a Comissão de Saúde e do Meio Ambiente desta Casa, estarão vigilantes em favor da saúde, e estamos abertos para que V. Sa. sempre mantenha contato conosco nos informando algum detalhe importante. Seja muito bem-vinda, e muito obrigado pela comunicação. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Nobre Presidente, Ver. Dr. Goulart, seria importante que nós déssemos, aqui, o encaminhamento para a questão, e a Comissão de Saúde, conforme falou o Ver. Nedel, Presidente da Comissão de Saúde, pudesse, num prazo de no máximo 15 dias, viabilizar uma reunião com os órgãos que aqui foram levantados -municipal, estadual, federal, as entidades que envolvem a Fugast - para nós, então, darmos o desfecho final. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado. Senhores, o Presidente não é somente um trabalhador da Saúde neste momento, ele é também um funcionário do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas. Ele é um colega que percebe essa barbaridade que se está tentando perpetrar contra o quadro da Fugast. Ainda há pouco, um hospital do GHC permitiu que, por ajuste de conduta, se regularizasse a situação de 1.300 funcionários que, se por algum motivo fossem afastados, fechava-se a Saúde do Sul do País. E não é diferente com o Hospital Presidente Vargas, em que eu tive a honra de começar a construir as grandes maternidades, pois lá acontecia, por exemplo, virem recém-nascidos do Moinhos de Ventos, de hospital privado para o SUS, para se salvarem, porque pesavam 700, 670 gramas. Para lá, vinham pessoas do Interior que precisavam de medicação que não havia no SUS e que o Hospital Presidente Vargas dava um jeito de buscar. Isso tudo foi à toa? Não, isso foi pela grande qualificação de seu quadro de funcionários que aí estão: uns eram concursados, outros eram federais, outros eram da Fugast, que servia muito, e agora não serve?

O Ministério Público foi alertado por este Vereador, e ele relaxou, num primeiro momento, pois a demissão que deveria ter acontecido há dois anos - a Presidente Dinara sabe disso -, o Procurador-Geral me prometeu que não mexeria no quadro da Fugast.

Agora, meus queridos, é chegada a hora da coragem. Nós não temos que estar atentos; não, nós temos que nos mobilizar. Temos que levar o Secretário da Saúde, que sabe a importância desse nosocômio; temos que levar o Prefeito, temos de levar a Comissão de Saúde, todos os Vereadores desta Casa, e pedir - já que exigir ficaria deselegante - para o Ministério Público que, se mexer na Fugast, se não fizerem um ajuste de conduta, se coloque definitivamente todos os funcionários para eles pararem de se amofinarem, de sofrerem, de terem pesadelos noturnos, porque vão perder seu precioso trabalho. Quem vai perder não é só o funcionalismo, é a Saúde pública de Porto Alegre, que está começando a melhorar, mas ainda não está bem. Precisamos colocar definitivamente os funcionários da Fugast no quadro municipal da Saúde, por um ajuste de conduta, sim. Chega de concurso para quem não precisa! Eles sabem demais, eles vão tirar dez em todas em provas!

Então, Ver. Nedel, meu querido Vereador, vamos convocar a Saúde Municipal e vamos lá exigir do Ministério Público o fim da novela! Vivam os funcionários da Fugast como municipários; por ajuste de conduta! Muito obrigado. (Palmas.)

Muito obrigado, senhoras e senhores. Agora, suspenderemos os trabalhos, por dois minutos, para que os Vereadores se despeçam da representante do Sindicato, a nossa querida colega, amiga e Presidente Dinara. Muito obrigado. (Palmas.)

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h42min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 14h45min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje, este período é destinado a assinalar a homenagem à Academia Brasileira de Direito Processual Civil, proposta pelo Ver. Márcio Bins Ely.

Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Márcio Louzada Carpena, Presidente da Academia Brasileira de Direito Processual Civil; o Sr. Valternei Melo de Souza, Diretor Financeiro da Academia Brasileira de Direito Processual Civil.

O Ver. Márcio Bins Ely, proponente desta homenagem, está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sr. Márcio Louzada Carpena, Presidente da Academia Brasileira de Direito Processual Civil; Sr. Valternei Melo de Souza, Diretor Financeiro da Academia Brasileira de Direito Processual Civil; Srª Cristiane Catarina de Oliveira, Diretora do Centro de Estudos de Direito Municipal da PGM - Procuradoria-Geral do Município; Sr. Fabiano Godolphim Neme, membro da Academia Brasileira de Direito Processual Civil; Bacharel Rafael da Silva Laranjeira, Assessor da Vice-Presidência da OAB/RS, neste ato representando o Vice-Presidente Bráulio Pinto; Sr. Marcelo Antonio de Souza Oliveira, representante do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da Ulbra; Sr. Juliano Jacobsen, acadêmico de Direito, representante do Diretório Central de Estudantes da Ulbra; Sras. Vereadoras; Srs. Vereadores; senhoras e senhores que nos assistem na tribuna, bem como pela TVCâmara, senhores representantes da imprensa, vimos, hoje, neste período de Grande Expediente, prestar uma homenagem à Academia Brasileira de Direito Processual Civil.

A Academia Brasileira de Direito Processual Civil - ABDPC - constitui-se numa associação civil sem fins lucrativos, não-governamental, sem ligações político-partidárias ou religiosas, e foi criada em 2004, em Porto Alegre, aqui na nossa Capital, por iniciativa de um grupo de pessoas, cujo propósito principal era criar um espaço voltado ao estudo e ao debate aberto, sério e, acima de tudo, científico, sobre o Direito Processual Civil brasileiro.

Os sócios fundadores foram os advogados Márcio Louzada Carpena, seu atual Presidente, um jovem com quem tive a oportunidade de ser contemporâneo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, e que hoje está à frente dessa importante instituição com sede aqui na nossa Capital; o Sr. Adão Rodrigues Carpena e a Srª Sandra Sebben Bastos. Atualmente, a Diretoria também é integrada pelo advogado Valternei Melo de Souza, que ocupa o cargo de Diretor Financeiro, e pelo advogado José Bernardo Ramos Boeira, Diretor de Assuntos Internacionais.

Aos nobres Pares, eu quero dizer que, às suas mesas, temos mais um conteúdo a respeito da Academia Brasileira de Direito Processual Civil que é, dentre as inúmeras iniciativas adotadas, a criação de um inovador curso de pós-graduação lato sensu em Direito Processual Civil, que já se encontra na sua 3ª edição e que se vem notabilizando na comunidade jurídica brasileira, pelo fato de conseguir reunir, em Porto Alegre, os maiores juristas. Cumpre destacar que, nesta 3ª edição, a Academia Brasileira de Direito Processual Civil inovou mais uma vez, na medida em que ofereceu bolsas de estudo integral e parcial, a fim de permitir que alunos carentes possam ter acesso e contato com o que há de melhor em termos de produção científica no âmbito jurídico.

Além do curso de pós-graduação, a Academia Brasileira de Direito Processual Civil vem implementando uma série de outros projetos, dentre os quais se destaca o 1º Congresso Beneficente de Direito Processual Civil, realizado no mês de março de 2005, em parceria com o Banco de Alimentos e a PUC, em que os recursos obtidos com as inscrições foram destinados para mais de 200 creches e asilos. O 2º Congresso já está sendo organizado, nos mesmos moldes, visando a dar continuidade ao trabalho iniciado no ano de 2005.

A par disso, a Academia, com o propósito de homenagear e manter viva a memória e a lembrança daquelas personalidades que, com seu trabalho e dedicação, contribuíram para o engrandecimento e o aprimoramento da Ciência do Direito Processual Civil, criou aquilo que passou a chamar de os “Imortais da Academia”, constituída, inicialmente, por 24 cadeiras, que receberão, gradativamente, os nomes de juristas nacionalmente reconhecidos.

Recentemente, a Academia Brasileira de Direito Processual Civil, numa iniciativa pioneira, realizou o intercâmbio cultural com os alunos da primeira turma do curso de pós-graduação junto à Universidade de Lisboa, em Portugal. Por meio de tal atividade, os alunos puderam obter certificados emitidos por ambas as instituições, elevando, conseqüentemente, a qualidade de seu curso e estreitando as relações com o universo acadêmico europeu.

É por tal razão que já está sendo organizado um novo intercâmbio, dessa vez junto à Universidade Complutense de Madri, na Espanha, o qual deve ocorrer durante o mês de junho deste ano.

Ultimamente, a Academia, em parceria com o espaço Casarão Moinhos de Vento, e sua iniciativa mais recente, vem concentrando seus esforços na obra de restauração de um antigo casarão localizado na Rua Quintino Bocaiúva, nº 1373, local esse que está sendo preparado para se tornar um ponto de referência para a realização de encontros culturais, científicos, cursos, workshops, e outras atividades voltadas para a comunidade jurídica.

Eu quero registrar, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a minha alegria, hoje, em poder estar nesta tribuna, neste Grande Expediente, prestando esta justa homenagem a esta organização, que é a Academia Brasileira de Direito Processual Civil que, neste ano, completará três anos, e que tem à frente de sua presidência um jovem advogado. Nós também temos que procurar valorizar o jovem.

Eu que faço parte da Bancada jovem desta Câmara, ao lado do Ver. Maurício e da Verª Manuela d’Ávila, tenho certeza de que temos condições, sim, de assumirmos responsabilidades frente à nossa sociedade e à sociedade civil organizada, e quero cumprimentar todo o corpo diretivo dessa organização, na pessoa do Dr. Márcio Carpena, Presidente, pelo trabalho que vem desenvolvendo na nossa Capital. Uma Entidade criada, fundada e organizada por porto-alegrenses merece o reconhecimento deste Legislativo.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Márcio. Quero cumprimentá-lo pela iniciativa, e cumprimentar os representantes da Academia Brasileira de Direito Processual Civil, dizendo que sou um futuro advogado - ainda que esteja demorando um pouco; torço para que a Faculdade não aumente o número de disciplinas, porque a cada ano eu faço duas ou três, e elas aumentam quatro, e assim eu vou em desvantagem, mas um dia eu chego lá.

Eu vou fazer um relato aos senhores jovens advogados: na vida afora eu sou empresário do mercado imobiliário, trabalho há 30 anos com administração de condomínios e aluguéis. Então, nós temos hoje varas especializadas na Fazenda Pública - Vara de Família, Varas Criminais -, e nos falta uma vara especializada para o Direito Imobiliário. Hoje, muitos processos de cobrança de condomínio ultrapassam os cinco anos, e, com isso, trazem sofrimento aos condôminos que pagam as suas cotas condominiais, e também àqueles devedores, enquanto os processos caminham. E eu tenho certeza de que se nós tivéssemos varas especializadas no Direito Imobiliário, nós teríamos mais celeridade. Obrigado.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo. Eu quero me somar às suas palavras, Vereador, porque, além de advogado, também sou seu colega na área de imóveis, também sou corretor de imóveis. Acho oportunas as suas colocações.

 

A Srª Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Márcio Bins Ely, quero cumprimentá-lo e também aos jovens advogados - e não sendo uma Vereadora tão jovem assim, mas como mãe de jovens advogados e de uma família de advogados - pelos três anos da Academia de Direito Processual Civil, instituição não-governamental, sem fins lucrativos, que tem como objetivo realizar pesquisas e estudos do Direito Processual Civil. Realmente é uma grande responsabilidade e é motivo de muito orgulho para nós, porto-alegrenses, sendo que a sede é em Porto Alegre. Então, parabéns, vida longa, em meu nome e dos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado, Verª Mônica Leal.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero cumprimentar o Ver. Márcio Bins Ely pela iniciativa, a Verª Mônica roubou a pérola; a gente entendeu! Hoje eu sou acadêmica de Direito, e já fiz Ciências Sociais há muitos anos, quando eu tinha a idade de vocês, mas tinha esse objetivo, tinha aquela vontade de fazer o curso de Direito. O Direito é uma área apaixonante, e confesso que para estar aqui neste Plenário, para poder ter instrumentos, é fundamental fazer o curso de Direito. Eu aconselho isso a todos, além de ser algo maravilhoso.

Portanto, minha homenagem aos representantes da Academia Brasileira de Direito Processual Civil, Márcio e Valter, que, de forma simples e singela, homenagearam a todos, porque, de fato, é uma área que nos inspira, cada vez mais, e, com certeza, a ética é um dos padrões de exigência do curso, e esperamos que continue assim, com representantes como vocês. Obrigada.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero parabenizar o Ver. Márcio Bins Ely pela iniciativa; o Márcio e o Valter, pelo trabalho que realizam na Academia Brasileira de Direito Processual Civil, sem fins lucrativos, mas no sentido de desenvolvimento teórico da nossa ciência jurídica. Parabéns!

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Obrigado, Ver. Carrion.

 

O Sr. Maurício Dziedricki: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nossa saudação, Ver. Márcio Bins Ely, pela justa homenagem à Academia Brasileira de Direito Processual Civil, aqui representada por dois jovens causídicos, que têm tratado um pouquinho da questão processualística no campo jurídico. E quero compartilhar uma das minhas paixões, que é justamente a motivação de um grande processualista, porém na área penal, o saudoso Evandro Lins e Silva, que tem motivado um estudo complexo da relação processual brasileira. E hoje vivemos num cenário em que se discute inclusive a questão da coisa julgada, de retratá-la na esfera jurídica. São questões que, eminentemente, envolvem o direito processual.

Então, a oportunidade, Ver. Márcio, de honrarmos, aqui, a Academia Brasileira de Direito Processual Civil é uma forma de trazermos para a Câmara Municipal de Porto Alegre a preocupação que os jovens, que os advogados, que aqueles jovens que há mais tempo defendem, que são verdadeiros lutadores no campo jurídico, têm como compromisso: buscar a verossimilhança, através do processo civil, do penal, das questões que envolvem a Justiça brasileira. Dessa forma, que esses três anos possam se transformar em muitos mais, e que vocês tenham êxito em impor um ritmo cada vez mais célere, buscando atender às necessidades daqueles que mais precisam do Direito brasileiro. Obrigado.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Obrigado, Ver. Maurício.

 

O Sr. Mario Fraga: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mário Bins Ely, da nossa Bancada, o PDT, eu vinha com um discurso, mas depois do discurso do Ver. Maurício, fiquei mais contente ainda, Ver. Dr. Goulart. Nós, do PDT, Márcio e Valter, que estão aqui representando a Academia Brasileira, à qual V. Exª faz esta homenagem, uma Academia tão nova, mas que, com certeza, terá vida longa.

E a homenagem seria nossa, do PDT, e, em especial, do Ver. Márcio Bins Ely, e se torna, pelas palavras, uma homenagem da Casa, de todos os Vereadores de Porto Alegre.

Meus parabéns e vida longa, com certeza! Meus parabéns, Ver. Márcio Bins Ely.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado, Ver. Mario Fraga.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, em nome do Partido da Frente Liberal, em nome deste Vereador, que é pai de uma advogada que está inscrita para fazer pós-graduação, minha filha, quero parabenizá-lo por esta feliz iniciativa por trazer esse avanço aprofundado do Direito de que tanto necessitamos. Parabéns à Academia e, em nome do Partido, eu me coloco à disposição dos senhores para o que der e vier, para que tenham vida longa e sucesso pela frente. Obrigado.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado aos Vereadores e às Bancadas que se manifestaram. Para concluir, quero dizer que tenho desempenhado funções junto à Comissão de Constituição e Justiça, na condição de advogado, e tenho certeza de que o aperfeiçoamento daqueles que hoje trabalham no meio jurídico é fundamental e muito importante para trazer qualidade às instâncias. Muito obrigado pela participação, um grande abraço a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado. Neste momento, convidamos o Ver. Márcio Bins Ely para entregar o Diploma alusivo à data comemorativa ao Sr. Márcio Louzada Carpena, Presidente da Academia Brasileira de Direito Processual Civil.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Devidamente diplomado, o Sr. Márcio Louzada Carpena, Presidente da Academia Brasileira de Direito Processual Civil, está com a palavra.

 

O SR. MÁRCIO LOUZADA CARPENA: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A Academia Brasileira de Direito Processual Civil nasceu aqui em Porto Alegre, há três anos, a partir da iniciativa de alguns professores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, que tinham um ideal, um sonho de ver o processo se desenvolvendo num tempo mais rápido, se desenvolvendo de forma mais célere. Essa iniciativa, então, foi canalizada e acabou por se concretizar por meio da criação, da fundação de uma instituição sem fins lucrativos que hoje, felizmente, destaca-se no cenário nacional, não só pelo fato de conseguir reunir não só em cursos, congressos e em outras atividades, grandes juristas, os maiores pensadores do Brasil, mas também por tomar certas atitudes que são referências, hoje, no cenário nacional, e que atraem focos à cidade de Porto Alegre onde efetivamente se localiza a sede da Academia.

Para mim é um prazer, é uma honra poder estar sendo homenageado por esta Casa, que, antes de mais nada, assim vejo, pelo menos, reconhece o trabalho feito de maneira exaustiva por essa associação civil, que busca tão-somente fomentar o estudo do processo, visa, de uma maneira muito simples, a trazer o debate, a trazer a ciência à tona, com o propósito de, exclusivamente, trazer um benefício social. É por meio de discussões acirradas, é bem verdade, muitas vezes por meio de programas e atividades, às vezes trazendo a coletividade sem qualquer exclusão, e para isso até a Academia se dispõe a não só propiciar cursos de aperfeiçoamento, mas também de conceder bolsas a pessoas de menores condições financeiras para que também participem desse processo, que tem que ser, antes de mais nada, democrático, cujo propósito também é o de discutir a legislação. Discutir, então, reformas legislativas, com a finalidade última de acelerar a atividade jurisdicional. Como referido, nada justifica não só num processo de cobrança de condomínio, mas em outro de pouca complexidade, que as atividades jurisdicionais se desenvolvam durante 5, 10, 15 e às vezes 20 anos.

O Direito Processual Civil Italiano, que talvez tenha sido o nosso marco, há muito tempo, do Código de Processo Civil brasileiro, talvez seja o nosso espelho. A Itália, que foi o nosso espelho, hoje apresenta-se em colapso total. A Justiça brasileira, infelizmente, hoje, experimenta algo muito parecido. Basta fazer referência a algumas Varas de Porto Alegre que se encontram com 70 mil processos. Evidentemente que não é culpa do processo civil ou de um processo instrumental esse acúmulo de serviço. Mas ele também propicia a formação de montes e montes de processos, que, afinal de contas, não autorizam uma resposta adequada da atividade jurisdicional, em afronta ao próprio princípio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional.

Pois bem, verificamos há pouco tempo, a Emenda Constitucional nº 45, que, antes de mais nada, outorga um direito que já era reconhecido num dos direitos humanos, de ter o processo desenvolvido em tempo razoável. Efetivamente, no Brasil, hoje temos um processo que não se desenvolve em prazo razoável. E é nesse escopo que a Academia vem à sociedade tentar discutir não só reformas processuais, mas também trazer a debate, trazer à coletividade um estudo e uma reflexão, a ponto de termos uma melhor prestação jurisdicional.

Sinto-me envaidecido pela homenagem prestada por esta Casa, especialmente pela iniciativa do amigo Márcio Bins Ely, que reconheceu essa atividade ao longo de três anos, com muito esforço - é bem verdade que a gente vem travando esses trabalhos, mas felizmente o reconhecimento social, para nós, é o maior prêmio. A partir do momento em que esta Casa, com todo o seu brilho, se digna a homenagear a Academia Brasileira de Direito Processual Civil, os senhores podem ter certeza de que nós assumimos uma maior responsabilidade. Se até então já tínhamos por propósito desenvolver o estudo, o trabalho, a pesquisa de forma séria, a partir desta homenagem a nossa responsabilidade aumenta de maneira absoluta. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, senhores e senhoras. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h07min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 15h12min): Estão reabertos os trabalhos. Retomamos o Grande Expediente. Damos início ao período destinado à homenagem ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico-Eletrônico de Porto Alegre, pelo transcurso de seus 75 anos, por proposição do Ver. Raul Carrion.

Convidamos para compor a Mesa o Sr. Claudir Nespolo, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico-Eletrônico de Porto Alegre, Sindicato de grandes lutas trabalhistas na história recente da República deste País. (Palmas.) Convidamos também a Srª Angelina Maria Martins, viúva do Sr. Eloy Martins, ex-Vereador e sócio fundador do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico-Eletrônico de Porto Alegre. (Palmas.)

Recebemos mensagem da Deputada Jussara Cony, que passarei a ler (Lê.): “Impossibilitada de comparecer, em face da Sessão Plenária nesta Assembléia Legislativa, à justa homenagem que V. Exª oportuniza nessa Câmara Municipal de Porto Alegre aos 75 anos do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico-Eletrônico de Porto Alegre, cumprimento-o por esta importante e oportuna iniciativa, num momento histórico em que se evidencia o significado do protagonismo político dos trabalhadores, aproveito para transmitir à Diretoria e à categoria metalúrgica o sentimento de que este protagonismo na defesa dos direitos e emancipação da classe operária é a certeza de um amanhã em que atingiremos, todos, a construção de um Brasil com valorização, com justiça social, com democracia, liberdade e soberania nacional. Vida longa ao Sindicato! Atenciosamente, Jussara Cony, Deputada Estadual, Líder da Bancada do PCdoB na Assembléia Legislativa do Estado”.  Ela envia a mensagem ao Ver. Raul Carrion. (Palmas.)

O Ver. Raul Carrion, proponente da homenagem, está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Sr. Ver. Dr. Goulart, Presidente desta Casa; Senhor e amigo Cláudio Nespolo, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos; prezada amiga Angelina Martins, viúva do nosso camarada Eloy Martins, ex-Vereador e sócio-fundador do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, falecido em outubro do ano passado; prezado Adão Haggstram, ex-Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, no final da década de 70, início das década de 80; prezado Jurandir Damin, também ex-Presidente do nosso Sindicato, na década de 90; Sr. Celso Woyciechowsky, representante da CUT, guerreiro e batalhador; prezado Sr. Juvenal Rodrigues Mesquita, Tesoureiro da Federação dos Trabalhadores Aposentados; Sr. Saul dos Santos Goulart, Diretor da Associação dos Aposentados do Sindicato dos Metalúrgicos, sócio, Ver. Dr. Goulart, há 64 anos do Sindicato dos Metalúrgicos, aqui presente; Sr. Lírio Segala Martins Rosa, Diretor do Sindicato; prezado companheiro e camarada João Carlos Morais, Tesoureiro da Federação dos Metalúrgicos, aqui presente; familiares de Eloy Martins: Ana, Josana e o bisneto do Eloy Martins e da nossa grande Angelina, o Guilherme; integrantes da Diretoria do Sindicato; prezadas senhoras e senhores, todos que nos escutam; é com imenso prazer que no dia de hoje homenageamos os 75 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, que oficialmente foi reconhecido em 19 de março de 1931 - portanto, comemora-se a data neste sábado -, ao qual tive a honra de pertencer e por ele militar ativamente nas décadas de 70 e 80, e com o qual mantenho até hoje estreitos laços de convívio e de solidariedade na luta.

Surgido no contexto da recém-vitoriosa Revolução de 30, com a denominação de Sindicato dos Operários Metalúrgicos de Porto Alegre, na verdade ele tem as suas origens na primitiva União dos Metalúrgicos, criada em 1905.

Em 1906 - há exatos cem anos, Claudir - a história registra a participação dos metalúrgicos de Porto Alegre na grande greve geral que unificou os trabalhadores da Capital na luta pela jornada de oito horas. Nela, uniram-se metalúrgicos, marmoristas, pedreiros, carpinteiros, marceneiros, correeiros, pintores, alfaiates e tecelões. No decorrer dessa greve, foi formada a Federação Operária do Rio Grande do Sul, a FORGS, com a participação, evidentemente, da União dos Metalúrgicos, com o objetivo de unir a luta das diversas categorias.

Como resultado da vitoriosa “Greve dos 21 dias”, a jornada de trabalho foi reduzida para nove horas, não se conseguira ainda as oito, sendo que, antes, chegava até a onze horas. Desde então, os metalúrgicos marcaram a sua presença nas principais lutas dos trabalhadores gaúchos e brasileiros. Participaram ativamente da greve geral de 1917, que paralisou totalmente Porto Alegre. Disseram “presente” no grande movimento grevista de 1919, paralisando por quase quarenta dias, até conquistarem a jornada, agora sim, de oito horas.

Assim, podemos dizer, sem medo de errar, que, ao criarem, em 1931, o Sindicato dos Operários Metalúrgicos de Porto Alegre, aquele pequeno grupo de militantes, a antiga União dos Metalúrgicos, já acumulava uma importante experiência de luta.

No final de 1934, os metalúrgicos de Porto Alegre paralisaram, unindo-se aos tecelões, em greve. Logo, os gráficos cruzam os braços em apoio ao movimento; ferroviários, trabalhadores da Carris e mineiros também se mobilizaram. Mas a greve foi brutalmente reprimida, a polícia ocupou a FORGS, fechou inúmeros sindicatos, prendeu centenas de grevistas e assassinou o médico Mário Couto, então Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil, no Rio Grande do Sul. O comitê de greve foi preso. Pelo terror, a repressão conseguiu derrotar o movimento, que se encerrou em 18 de janeiro de 1935.

Em meio a tantas lutas, quero relembrar a figura de Eloy Martins, ex-Vereador desta Casa, fundador e ex-dirigente do Sindicato dos Operários Metalúrgicos de Porto Alegre, falecido em outubro do ano passado, e representado nesta Mesa pela sua esposa e companheira de lutas, Angelina Martins, a quem rendemos nossas homenagens.

A instalação do Estado Novo em 1937 e a repressão que se seguiu levaram a um certo refreamento da luta dos trabalhadores em todo o País e também da nossa categoria. Em 1947, após alguns movimentos grevistas, o Sindicato sofreu intervenção. O Governo do Marechal Dutra destituiu a sua diretoria, colocando no seu lugar uma junta, formada por um representante do Ministério do Trabalho, um do Círculo Operário e um da Federação dos Metalúrgicos. A intervenção do Sindicato só foi levantada em 1950, ocasião em que foi eleita uma nova diretoria.

Em 1952, os metalúrgicos fizeram uma greve por aumento salarial, que durou 32 dias. O movimento foi vitorioso, conquistando o aumento e a assinatura do primeiro dissídio coletivo da categoria. O salário mínimo profissional começou a ser reivindicado já em 1960, mas foi conquistado na década de 70. Em 23 de abril de 1964, logo após o Golpe Militar, o Sindicato sofreu nova intervenção. A junta interventora, Ver. Nereu, foi formada por um general, um capitão e um major. Somente em 1966 houve nova eleição no Sindicato. Na ocasião, diversas lideranças metalúrgicas - como o companheiro Pedro Alves, aqui presente, o que nos honra, companheiro durante muitos anos no PCdoB - foram impedidas de participar na chapa de oposição, por não terem “atestado ideológico” do DOPS, Verª Neuza Canabarro.

Em 1979, com a anistia, retornei a Porto Alegre, passando a trabalhar como técnico eletrônico na categoria metalúrgica, integrando-me nas lutas do Sindicato. Vivíamos o auge das greves do ABC. No dissídio de 79, pela primeira vez a categoria elegeu uma comissão de salários, para acompanhar a diretoria do Sindicato nas negociações. Na assembléia de decisão, milhares de metalúrgicos compareceram lá no Colégio Mesquita, hoje dirigido pelo nosso companheiro Jurandir Damin, para decidir a grave. Mas a proposta patronal foi aprovada, e a greve não saiu, e houve uma votação tumultuada, pois até urnas naquele momento tiveram destino ignorado. A partir daí a estabilidade para a comissão de salários passou a ser uma questão de honra em todos os dissídios da categoria. Tive a honra de ser eleito por quatro vezes para a comissão de salários. Devo dizer que muito aprendi nesses anos de Sindicato, participando de seus comitês de greve, congressos e chapas sindicais.

Destaco a greve da 1986, em que fomos a primeira categoria operária no Rio Grande do Sul a conquistar a redução da jornada de trabalho para 46 horas, antes da conquista na Constituinte. Os anos 80 foram marcados, também, pelas greves gerais de 1983, 1985 e 1987, com a participação maciça e vanguardeira dos metalúrgicos. A campanha salarial de 1990 foi marcada por uma greve de 21 dias, que paralisou mais de 90% dos metalúrgicos. Nessa década, foram realizadas mais de 300 greves contra demissões, por salários atrasados, por reposição salarial e por direitos negados.

O novo milênio - Claudir, Jurandir, Adão e todos que construíram esse grande Sindicato - encontra o Sindicato dos Metalúrgicos consolidado, respaldado nas fábricas, com uma categoria com elevado nível de consciência, engajado tanto nas lutas específicas como nas lutas gerais do povo por um Brasil soberano, democrático e mais justo.

Longa vida para o Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, que aos 75 anos mantém-se cada vez mais jovem e mais aberto para o futuro.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria também de cumprimentar o Presidente do nosso querido Sindicato Metalúrgico, guerreiro, bem como essa grande companheira de luta, que esteve à frente junto com as lutas em épocas em que a vida da mulher, principalmente com o perfil de metalúrgico, não era fácil. Eu dizia há poucos minutos que, apesar de nunca ter sido metalúrgica, a minha formação foi baseada justamente nessa característica da construção. Porque não são apenas aqueles que constroem parafusos, são pessoas que têm uma formação e que têm um objetivo, inclusive, na contribuição para a nossa Nação brasileira. Então, tenho muito orgulho disso.

Minha homenagem aqui ao Mário, ao Frank; ao Chico, de Canoas, ao Jairo e a tantos outros que lutaram, bom como o nosso primeiro Presidente que, com certeza, está aqui junto conosco. Parabéns e vida longa. Parabéns Ver. Raul Carrion. Obrigada.

 

O SR. RAUL CARRION: Agradecemos o aparte da Vereadora. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Convido o Ver. Raul Carrion a proceder à entrega do Diploma aos nossos homenageados.

 

(Procede-se à entrega dos Diplomas.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Sr. Claudir Nespolo está com a palavra.

 

O SR. CLAUDIR NESPOLO: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal dos Vereadores de Porto Alegre, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores que tiveram a sensibilidade de aceitar e a ajudar a encaminhar esta homenagem; Sr. Ver. Raul Carrion, que nos propõe esta homenagem; Srª Angelina Martins, viúva do Sr. Eloy Martins, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, fundador do Sindicato, primeiro presidente, integrou a Federação Internacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, motivo pelo qual se encontrava em constantes viagens e cumpriu um papel histórico para a nossa classe e para os trabalhadores. (Saúda os demais componentes da Mesa e demais presentes.) Eu gostaria de, muito rapidamente, me dirigir a cada um dos Vereadores, Sr. Presidente e pessoas que estão prestigiando esta homenagem, para dizer que em termos da história do Sindicato, como bom historiador que é, o Ver. Carrion já discorreu com muita propriedade sobre o papel que os metalúrgicos cumpriram dentro da sua categoria e perante a sociedade. Cabe-me aqui, muito rapidamente compartilhar com os senhores a questão que qualquer aniversário recomenda. Qualquer aniversário, seja um aniversário com pouca idade ou com muita idade, recomenda uma rápida olhada sobre o passado e uma olhadinha no que vem pela frente, enfim, para se posicionar e continuar o curso, que é desafio de cada um, e de cada instituição. Nesse sentido eu gostaria de, rapidamente, dizer para os senhores que a categoria metalúrgica reduziu muito. A classe metalúrgica, que compõe os metalúrgicos da grande Porto Alegre já foi constituída de 70 mil metalúrgicos. Hoje são 38 mil metalúrgicos; uma categoria que reduziu muito numericamente, mas o atual trabalhador metalúrgico é um trabalhador do qual é exigida uma capacidade técnica muito diferente da que era exigida dentro daquele padrão de produção exigido nas décadas passadas.

Portanto é uma classe metalúrgica que exige mais, que tem mais critério, que analisa melhor, que acessou o estudo, a educação e a técnica.

Então, para nós, dirigentes do Sindicato, o desafio de conduzir as iniciativas de uma categoria que, embora numericamente não seja mais daquele tamanho, é imenso, porque é uma categoria que exige, e a gente, junto com essa categoria, tem feito o exercício, sim, da agenda classista, que é a agenda de qualquer sindicato: que é a de fazer as lutas imediatas, a defesa do direito, a defesa daquelas questões que atingem o trabalhador no seu dia-a-dia: a luta da campanha salarial.

Mas, Sras e Srs. Vereadores, é desafiador, e a gente tem procurado dar resposta para um tipo de sindicalismo que compreende que a sociedade exige não só ação classista, porque há muitas agendas de interesse posta na sociedade, e este Sindicato tem tentando interpretar também essas agendas de interesse e dar uma resposta para essa problemática. Este Sindicato tem feito extraordinárias agendas junto àquilo que se chama economia solidária, que são os milhares de trabalhadores que, pela sua idade ou pela sua condição de baixa escolaridade, foram excluídos do mercado de trabalho; não existe mais um emprego formal para esse segmento.

O Sindicato dos Metalúrgicos apóia 42 grupos da chamada economia solidária de Porto Alegre e da Grande Porto Alegre. O Sindicato tem convênio com as seis Prefeituras que compõem a nossa base, inclusive com a Prefeitura de Porto Alegre, e dedica 10 mil reais por ano para apoiar grupos que a Prefeitura tem assessorado, acompanhado, e esse dinheiro não vai em forma de recurso financeiro, mas vai em forma de compra de máquinas, melhoria de estabelecimento para dar condição para esses trabalhadores se integrarem.

Então, é um Sindicato que tem tentado se manter ativo nos desafios que a atualidade impõe. Ver. Goulart, como foi muito debatido aqui, no início dos trabalhos, nesta tarde, a área da Saúde do trabalhador é uma questão fundamental, e a gente a tem enfrentado. A modernidade no ambiente de trabalho, no setor metalúrgico, além de introduzir novos métodos e processos de trabalho, também introduziu muita tecnologia, que tem dado produtividade, pois o trabalhador, é verdade, não está só executando uma tarefa formal, ele também foi convidado para pensar a produção, e isso é muito importante, porque joga o trabalhador para uma outra responsabilidade.

Agora, há um efeito perverso, que são os milhares de trabalhadores mutilados por LER-DORT, doenças vinculadas aos movimentos repetitivos, um fenômeno no mundo do trabalho moderno. O Sindicato tem enfrentado esse problema. Temos dialogado com o Poder Público no sentido de formular leis e conseguir formatar espaços jurídicos que ainda não estão construídos a respeito desse assunto.

Na agenda da formação profissional, foi um Sindicato que, nos anos 60, foi visionário no sentido de construir uma escola técnica - aqui já referida pelo Ver. Carrion -, com 480 metalúrgicos estudando numa escola, fazendo curso de qualificação de dois anos, para que pudessem se integrar no mercado de trabalho de forma digna e eficiente.

Então, companheiros e companheiras, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, em nome da direção do Sindicato, a gente gostaria muito de agradecer esta homenagem por ocasião dos 75 anos. Que vocês tenham a certeza de que o Sindicato vai continuar buscando as melhores lutas e estar integrado em toda a agenda da sociedade que signifique transacionar rumo a uma sociedade mais justa e melhor para todos.

Para isso, muito nos estimula esse tipo de homenagem, à qual nós vamos dar ampla publicidade junto à categoria e, seguramente, vai servir como um estímulo para toda a classe, no sentido de que uma Câmara de Vereadores reconhece, homenageia e cria este espaço de diálogo. Obrigado, Srs. Vereadores; obrigado, companheiros e companheiras. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Sr. Presidente, esta Câmara saúda a sua presença e me fez rememorar o tempo do último Presidente trabalhista que este País teve, João Belchior Marques Goulart. Há 30 anos estamos sem Jango, Presidente que morreu no exílio. Relembro a força que ele deu ao sindicalismo. Ele queria fazer as grandes reformas de base, mas queria trazer consigo todas as representações da sociedade através de um congraçamento enorme e grande com todos os sindicatos, que eu entendo que representam muito bem as classes a que pertencem. E me honra muito, e aqui faço a minha homenagem também ao Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, do qual sou Conselheiro.

Então, eu os cumprimento pelos 75 anos - Oh! Que belos 75 anos do seu Sindicato -, rememorando a importância do sindicalismo na condução dos salários, na condução do bem-estar, na luta contra a opressão dos trabalhadores e dos proletários. Muito, muito, muito obrigado. (Palmas.)

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h40min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 15h44min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, uma crítica recorrente que se faz nesta Casa é a destinação de seu tempo à denominação de logradouros, Sessões Solenes ou homenagens. Tenho sido, nos veículos de comunicação, ou nas conversas, um defensor das prerrogativas desta Casa, entre as quais a prerrogativa de denominar os logradouros. Ou teríamos que repassar essa atribuição ao Rotary ou ao Lions? Não, é nossa, é do povo da Cidade. Não vejo aí nenhum problema.

O que vejo, sim - tenho conversado com todos os colegas em grupo, ou individualmente -, é que nós, às vezes, negligenciamos a discussão das matérias relevantes por serem polêmicas, e a polêmica implica trabalho. Uma discussão, às vezes, se estende por duas ou três Sessões, mas ela dá um rendimento concreto para a cobertura desta Casa.

Nós vimos ontem a quantidade de jornalistas, muitos desconhecidos, jornalistas que cobrem outros setores, que foram deslocados para cá para cobrir, porque havia aqui, naquele momento, um debate de extrema relevância. Como autor do Projeto que se discutia ontem, eu dizia aos meus colegas: “Olha, do meu ponto de vista, como representante popular, o Projeto cumpriu o seu objetivo; o que falta para a Cidade é a definição”. Quando me dizem que o Projeto é político, se fosse, já poderia até ser retirado de Pauta, se ele fosse político-eleitoral; como não é, ele vai cumprir a sua trajetória.

Aí eu estive olhando, colegas, o material que está na nossa Ordem do Dia: ao todo são quase 40 páginas, e a quantidade de projetos relevantes que existem aqui dá material para inúmeras semanas de debates relevantes. Eu, ao correr da pena, registrei meia dúzia de projetos, por exemplo: o Projeto do Ver. Nedel, que proíbe o fumo em ambientes fechados; o Projeto do Ver. Brasinha, que regula o horário de funcionamento dos bares, das mesas nas calçadas; o Projeto dos Vereadores Manuela d’Ávila, Paulo Odone, Carrion Júnior, a respeito da meia-entrada, entrada gratuita em espetáculos culturais ou no cinema; o Projeto do Ver. Haroldo de Souza, a respeito de vantagens semelhantes para idosos; o Projeto do Ver. Oliboni, a respeito do nepotismo; o Projeto do Ver. Nereu D’Avila, a respeito dos estacionamentos dos shoppings; do Ver. Sebenelo, a respeito de motofretes - é isso Vereador? -, os motobóis. Eu não saberia dizer como me posicionar em cada uma dessas matérias, mas não é isso que tem importância; o que tem importância é que essas matérias venham para nossa deliberação, Sr. Presidente. E eu sei, Sr. Presidente Goulart, que essa é uma das preocupações de V. Exª, de que nós possamos, ao longo do ano, ter para discussão e deliberação matéria relevante, ainda que polêmica. E uma das características da matéria relevante é a de dividir opiniões.

Então, não devemos arrepiar diante do debate, na certeza de que a Casa ganha automaticamente pelo debate, pela única circunstância de discutir temas relevantes. Lembro a frase do Dr. Ulisses Guimarães, que dizia: “Quem briga por coisa pequena fica pequeno”. Nós temos de cuidar das coisas pequenas também, não precisamos é brigar por elas. Nós vamos brigar é em torno das questões grandes, vamos nos dividir e vamos resolver no voto. Somos número par, aqui, Sr. Presidente, está resolvido: se empatar, V. Exª desempata! Então, não há como um Projeto importante não atravessar o seu itinerário normal.

Por isso o apelo que faço é que nós nos engajemos na definição de matéria importante. Quem sabe até, Sr. Presidente, uma sugestão que deixo ao espírito democrático de V. Exª, quem sabe V. Exª faz como em dezembro, pede a cada Vereador que escolha um Projeto, e este terá a prioridade das prioridades para discussão e votação. E eu tenho a certeza de que não haverá semana em que a nossa Câmara não esteja nas primeiras páginas, nas páginas da Cidade, nas páginas políticas, pela importância do tema, não necessariamente pela solução que nós dermos a cada um desses problemas, mas pelo tratamento que nós estamos dando. Então, é o apelo que deixo a V. Exª, Sr. Presidente, e cumprimento a Casa pela qualidade do debate que se está produzindo em torno do plebiscito do cercamento dos parques, para dizer que o que falta é a definição da causa, mas, relativamente ao Projeto, este Vereador já se sente gratificado e vitorioso. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. José Ismael Heinen.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste pela TVCâmara e nas galerias desta Câmara, senhoras e senhores presentes, venho hoje a esta tribuna, Sr. Presidente, em período de Comunicações, para fazer um relato a respeito de uma audiência de que participei, junto com o Sintáxi, o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre, na Secretaria de Receita da Fazenda Estadual. O assunto em tela na discussão de hoje diz respeito a um tributo estadual, mas a sua conseqüência traz algumas modificações para a nossa Capital fundamentalmente, porque é onde está concentrado o maior número de taxistas do nosso Estado. 

Consta na legislação que o Governo Federal reduziu o número de anos exigidos para que um taxista tenha o seu táxi e possa trocar esse táxi sem a incidência do IPI, ou seja, anteriormente a legislação previa que, para o taxista ter o benefício do desconto do IPI, ele tinha que possuir o veículo durante três anos. Agora, a legislação federal permite que o taxista renove o seu automóvel, portanto, compre um novo automóvel com o desconto do IPI, de dois em dois anos.

Então, o Sindicato nos procurou para que fizéssemos uma interlocução com a Diretoria da Receita da Fazenda Estadual para que também o ICMS incidisse de dois em dois anos, porque a atual legislação permite que o taxista troque de veículo com o desconto do ICMS, que hoje representa 12% do valor do veículo, de três em três anos. Ou seja, a legislação federal prevê a troca de dois em dois anos, entretanto, a legislação estadual prevê a troca de três em três anos.

Como não há o casamento das legislações, faz com que os taxistas troquem de veículo, renovem a frota em Porto Alegre somente de três em três anos, porque o benefício da lei federal para atender o desconto do IPI no valor do automóvel, apesar de estar concedido de dois em dois anos, não coincide com o benefício no ICMS, e o taxista acaba esperando e faz a troca de três em três anos.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero parabenizar V. Exª pelo seu pronunciamento. Se há uma categoria a que a Casa e a cidade de Porto Alegre devem respeito, pelo relevante trabalho social que presta, é à categoria dos taxistas.

E essa categoria enfrenta uma série de problemas para sobreviver. Muitos morrem cumprindo o seu dever.

No ano passado, esta Casa prestou um grande serviço aos taxistas, quando os Deputados votaram uma lei sem ler. O táxi é o único patrimônio do taxista, e se ele ficasse doente, não poderia passar para um familiar, teria de devolver a placa para a Prefeitura. E o táxi é a sua sobrevivência. E nós conseguimos reverter isso; fizemos um trabalho com vários Vereadores, comunicamos o nosso trabalho aos Senadores, falamos com o Sindicato, e a lei aprovada foi revertida.

Então, parabenizo V. Exª, que, sem dúvida, merece o nosso reconhecimento, pois vai ao encontro da categoria dos taxistas. Sou grato.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado, Ver. Ervino Besson. Sabemos que a competência para a atualização da legislação diz respeito ao Governo do Estado, mas a conseqüência fundamental e principal está na frota de Porto Alegre. Por quê? Porque o táxi no Interior não tem o mesmo desgaste da frota em Porto Alegre.

Na realidade, queremos fomentar e trazer para o debate essa discussão, porque é através do debate que nós vamos poder ajudar, como bem dizia o Ver. Ervino Besson no seu aparte, a classe dos taxistas, que é tão importante aqui na nossa Capital.

Entretanto, quero dizer que se faz necessário o casamento dessas duas datas, porque a renovação da frota é um benefício para toda a comunidade, seja ela porto-alegrense, gaúcha ou brasileira. Nós temos táxis em boas condições, o que inclusive diz respeito à segurança.

 

O Sr. Maurício Dziedricki: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu tenho compreensão e me solidarizo com a dificuldade dos taxistas aqui em Porto Alegre em relação, principalmente, à questão da segurança. Mas uma das questões de que temos que tratar, e nós não podemos nos omitir disso, é que em Porto Alegre existem dois Sindicatos que representam os taxistas, que buscam a bandeira de representá-los para a sociedade. Enquanto isso não se resolver, nós não vamos poder atendê-los da forma profícua como eu imagino. O senhor, como advogado, e eu, como jovem estudante, devemos buscar isso na amplitude do sistema judiciário, porque é uma questão de lei, do sistema legislativo e de normatização. Portanto, neste momento, eu queria convidá-lo para que a gente discuta esse assunto, e que os taxistas possam, além de ter todo o respaldo da sociedade, com relação à segurança, aos seus direitos, ter de fato uma categoria constituída, uma entidade sindical constituída, e que nós possamos saber, de forma clara, quem fala pelos taxistas na nossa Cidade. É a minha preocupação, e gostaria da sua solidariedade.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Obrigado, Ver. Maurício, pelas suas colocações. Eu só gostaria de dizer que, realmente, nesse caso específico, há um interesse geral de todos os taxistas, independente das disputas sindicais. Eu tenho certeza de que é unânime na categoria dos taxistas o fato de eles poderem trocar de táxis com descontos nos tributos atribuídos à compra de veículos de dois em dois anos, e vai trazer um benefício para toda a categoria. Nesse caso, essa bandeira vai ser carregada por todos os taxistas, independente das diferenças sindicais. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador. O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com a Verª Maria Celeste.  

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente da Casa, Ver. Dr. Goulart, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, mais uma vez estamos aqui para falar no período de Comunicações e fazer algum relato das nossas atividades e das comunidades que temos visitado.

No primeiro momento, infelizmente, temos que falar sobre o tema segurança, Segurança Pública, um problema que, infelizmente, atinge a todos nós, ocorre nas nossas vidas, ocorre com os nossos parentes, ocorre com os nossos amigos. Em especial, hoje, Verª Mônica Leal, que nos assiste atentamente, nós queremos falar sobre a Vila Nova, que o Ver. Ervino tão bem conhece, especialmente o Jardim Vila Nova, em que sempre houve um policiamento mais ostensivo, agora, nos últimos tempos, depois de um período muito bom da Brigada Militar, no fim de ano e começo deste ano foi um pouco abandonado pela Brigada Militar. Chegou a um ponto, no ano passado, quando estava bom, Verª Mônica Leal, de nós termos uma unidade móvel que ficava circulando dentro do bairro, em especial, dentro do Jardim Vila Nova. E hoje, para nossa infelicidade, não temos mais essa unidade dentro do Jardim Vila Nova, nós temos apenas o posto militar na Vila Nova. E agora, na semana passada, mais precisamente na última quarta-feira, quando eu estava entrando na Av. Ventos do Sul, Ver. Ervino, fui surpreendido com três assaltantes correndo ao nosso lado. Graças a Deus que não era com este Vereador, mas, infelizmente, com aquela comunidade que ali, às 19h, costuma ir ao supermercado, na frente do supermercado do nosso grande amigo, o Datora, amigo nosso de longa data, e naquele momento, às 19h, na quarta-feira passada, três assaltantes corriam pela Av. Ventos do Sul, que é a principal do Jardim Vila Nova. E a gente não ficou sabendo de onde eles vinham, porque a gente estava passando e não sabemos se eles assaltaram algum mercadinho daqueles, ou se desceram de um lotação, que é o que está acontecendo ultimamente no Jardim Vila Nova, e em outras partes da Cidade, em especial, neste momento, no Jardim Vila Nova, os assaltos a lotação, Verª Maria Celeste. Então, vamos fazer um apelo, aqui, para que essa unidade móvel, que sempre esteve presente no Jardim Vila Nova, volte à cena, volte a trabalhar naquela comunidade.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. MARIO FRAGA: Concedo-lhe um aparte, Ver. Ervino Besson.

 

O Sr. Ervino Besson: Ver. Mario Fraga, sou grato pelo aparte, sou grato pelas considerações de V. Exª, sem dúvida nenhuma V. Exª está colocando a realidade que nós vivemos. Só que, lamentavelmente, meu estimado colega Ver. Mario Fraga, uma grande quantidade de policiais que deveria estar dando segurança para o nosso povo, está cumprindo com o dever constitucional, dando segurança a propriedades produtivas, onde a Via Campesina e companhia limitada, e o MST estão promovendo invasões. Os policiais têm que se deslocar para lá, com toda aquela estrutura, e aqui, infelizmente, falta segurança. O que é que a gente vai fazer?

 

O SR. MARIO FRAGA: É verdade, Vereador. Eu agradeço também, e peço vênia ao Presidente para que eu possa falar sobre mais dois temas. No dia 29, eu e o Ver. Márcio Bins Ely faremos uma homenagem, nesta Casa, ao João Derly e ao Fernando Paradeda, dois esportistas que representam a nossa Cidade, o nosso Estado, e o nosso País. Estamos preparando uma belíssima homenagem, visto que nós, gaúchos, temos nos saído muito bem nos esportes amadores da nossa Capital, com repercussão no mundo todo.

 

O Sr. Márcio Bins Ely: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. MARIO FRAGA: Concedo-lhe um aparte, Ver. Márcio Bins Ely.

 

O Sr. Márcio Bins Ely: Ver. Mario Fraga, agradeço pelo aparte e quero dizer que estamos fazendo essa homenagem em conjunto, porque o João Derly, conhecido de todos, é um lutador de judô, medalhista, e o Fernando Paradeda é tricampeão mundial de jiu jitsu. Portanto, são duas áreas de artes marciais muito próximas; são dois atletas com muita afinidade. Esse é o motivo pelo qual estamos realizando em conjunto essa justa homenagem, porque são porto-alegrenses, gaúchos, e merecem o reconhecimento desta Casa. Muito obrigado.

 

O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely. Por último, Sr. Presidente, quero dizer que no domingo estaremos na sua comunidade, na nossa comunidade, na comunidade de muitos Vereadores, que é a Restinga. Graças a Deus, estaremos reinaugurando - um trabalho da Secretaria de Esportes - o campo da Difusora, que esteve paralisado por quase um ano. No ano passado não funcionou, e agora, graças a um trabalho do Secretário Cassiá Carpes, do PTB, que nos ajudou bastante; do Secretário João Bosco Vaz; do Secretário Beto Moesch, que, em conjunto com as Secretarias do Governo Municipal, fazem esse trabalho, e nós conseguimos realizar um sonho da comunidade da Restinga, da nossa comunidade, Ver. Dr. Goulart. Portanto, no próximo domingo, às 10h, no Campo da Difusora, vamos fazer o jogo inaugural. Estão todos convidados. Teremos um time de convidados das Secretarias que estão envolvidas, convidamos Vereadores, e terá uma seleção de veteranos da Restinga. Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Srs. Vereadores, para que se entenda o que é a democracia e o que é o nosso Regimento, hoje, tivemos o Grande Expediente que albergou dois oradores por 10 minutos, e também se manifestaram seus convidados. Logo em seguida, adentramos no período de Comunicações, onde seis Vereadores falam por cinco minutos, concedendo apartes aos seus Pares. Mais adiante, teremos o período de Pauta, onde aprofundaremos a discussão sobre os projetos inscritos nesta Casa, e aí falarão, por cinco minutos, cinco Vereadores, permitindo apartes. Só, aí, passaremos à Ordem do Dia para que aconteçam as votações dos importantes projetos, como bem nos contou o Ver. Ibsen Pinheiro no seu período de Comunicações; é uma paciência que os legisladores têm que ter.

A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações, ela que já foi escolhida a próxima Presidenta desta Casa.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje pela manhã participamos, na Região Norte da Cidade, no Instituto São Francisco, de um Fórum que foi constituído no ano passado e que tem, reiteradamente, mensalmente, a participação de vários Vereadores e de representantes de seus gabinetes, também os serviços, as Secretarias do Município, se fazem representar, e as escolas da Região, Verª Neuza Canabarro, sempre estão presentes nesse fórum de discussão.

A partir dessa constituição, no ano passado, percebemos que de uma demanda simples que seria o calçamento ao longo da extensão da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, havia ali um problema pontual muito mais sério, que era, de fato, o alargamento da Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Aí, fizemos uma ação conjunta, aqui na Câmara, com as entidades não-governamentais e com as escolas e conseguimos uma audiência com o Secretário de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul e também com o Prefeito Municipal para que pudéssemos tratar do famoso Projeto Via Rápida.

Hoje, nesse fórum, nos foi apresentado esse Projeto e a segunda pauta da reunião era justamente a pauta que o Ver. Mario Fraga trouxe aqui nesta tribuna: a segurança. Estava presente o 20º Batalhão da Polícia Militar e que discutiu os problemas da Região com as escolas que estavam presentes, com as associações de moradores, com os Conselheiros das temáticas do Orçamento Participativo sobre a questão da segurança. E nós, então, estarrecidos com o relato que fazia o Comandante em termos da dificuldade do equipamento da Brigada Militar, não só equipamento humano, mas, sobretudo, do aparato necessário, inclusive das viaturas, entendemos - e aqui vejo o representante que estava lá também, da assessoria dos gabinetes dos nossos Vereadores - a necessidade de fazermos, inclusive, uma proposta de uma audiência pública nesta Casa para que pudéssemos verificar essa questão.

Também, conjuntamente com a palavra do Comandante, veio a matéria do jornal Zero Hora de hoje, dia 16 de março, que fala que a Brigada Militar tem um terço da frota fora de ação: das 350 viaturas da Capital, 110 têm problemas mecânicos. Ora, um problema que nós constatamos na Região Norte de Porto Alegre, aparece de forma avassaladora em toda a cidade de Porto Alegre.

Então, de fato, é o momento, Verª Neuza Canabarro, de nós, Vereadores aqui da Casa, propormos uma ação mais efetiva em relação ao tema da Segurança Pública na Cidade. Não dá mais para nós ficarmos tentando resolver esses problemas nos fóruns constituídos na cidade de Porto Alegre. O 20º Batalhão é a representação da Brigada Militar, que, prontamente, sempre está presente, atuante. No ano passado, inclusive, foi homenageado pelas escolas daquela Região com Honra ao Mérito pelo trabalho que desenvolve lá. O problema não é, de fato, na escola que acontece - são poucos os problemas -, mas o problema é, de fato, a insegurança pública na comunidade. Nós tivemos relatos de pessoas que fazem reuniões em suas comunidades, que denunciam a ação dos traficantes em suas associações de moradores, mas, depois, são intimidadas pelos próprios traficantes do local para que se calem e para que não façam as denúncias que têm de fazer. E, aí, quem mora na comunidade se sente cada vez mais desprotegido, porque faz uma ação coletiva, vai junto à Brigada Militar solicitar o recurso necessário para isso, e acaba, depois, sendo intimidado, porque não tem a cobertura necessária, pois não há efetivo na rua para dar, de fato, a Segurança Pública.

Então, nós nos comprometemos, nesta Casa, em propor uma Audiência Pública na Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, bem como trazer este tema como pauta prioritária para esta Comissão nos próximos dias. Não dá mais para nós ficarmos achando que está tudo certo, que o policial tem de agir; é preciso que haja recursos para que ele aja; é preciso que as viaturas tenham gasolina; é preciso que eles estejam com os equipamentos adequados, com o armamento adequado, circulando pela Cidade!

Não dá mais para nós fazermos de conta que o tema Segurança Pública é apenas de responsabilidade da Secretaria do Estado do Rio Grande do Sul. Nós aprovamos nesta Casa a criação de uma Secretaria Municipal para tratar deste tema e queremos a participação, sim, para que o Secretário apresente o projeto à política da Segurança Pública no Município de Porto Alegre.

Verª Mônica Leal, que trata deste tema também, eu penso que nós temos de fazer uma ação conjunta, forte, pontual nesta questão, a partir deste relato da reunião do fórum lá da Região Norte, até porque, Verª Mônica Leal, nós já sabemos - os dados nos mostram, existem pesquisas sobre isso - que a Zona Norte é a Região da Cidade que mais tem casos de violência, é a região em que acontece a maioria de casos de homicídios na cidade de Porto Alegre. Então, eu quero fazer, aqui, um apelo aos Vereadores que estavam na reunião, bem como aos demais, que não estavam na reunião de hoje de manhã, para que nós possamos, juntos, construir uma ação coletiva, forte, pontual, a partir deste relato do 20º Batalhão da Brigada Militar, mas, sobretudo, levando em consideração o que diz a matéria de hoje no nosso jornal, qual seja, a preocupação que nós temos de ter com o equipamento da Brigada Militar e, sobretudo, com o número reduzido de efetivos da Brigada Militar na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência, Verª Maria Celeste.

O Ver. Elias Vidal, um Vereador que tem um trabalho comunitário expressivo na área de recuperação dos drogados e, agora, envolvendo-se com uma campanha sul-americana de incentivo à doação de sangue, está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, demais Vereadores, Vereadoras, público que nos honra com a sua presença e que acompanha os trabalhos desta Casa Legislativa pelo Canal 16, eu venho a esta tribuna fazer uma consideração, uma reflexão com os senhores a respeito do Projeto de Lei do Executivo, que solicita a abertura de quatro novos cargos para a área da Segurança, sendo dois na Ouvidoria e dois na Corregedoria. Pois me surpreendem o Ver. Comassetto e a Verª Sofia, que se opõem a esse pedido do Executivo para que se tenha esses novos quatro cargos. A Verª Maria Celeste veio aqui nesta tribuna - uma excelente Vereadora -, preocupada com a Segurança, mas eu acho que a Bancada deveria afinar o discurso. Vossa Excelência é uma Vereadora de destaque, que eu respeito, com quem eu tenho uma grande amizade e também tenho admiração pelo seu trabalho, mas V. Exª vem a esta tribuna falar sobre armamento adequado para a Polícia Militar, sendo que os integrantes da Bancada de V. Exª são contra a criação de quatro cargos para a Corregedoria e para a Ouvidoria da Guarda Municipal. Ocorre que, sem a criação desses quatro cargos, a Guarda Municipal não pode ser armada!

Eu fico tentando fazer uma engenharia mental para entender como, então, investir na segurança do cidadão numa Cidade que a gente sabe que está infestada de pessoas que consomem drogas e, com a droga, vem a violência.

A meu ver, Vereadores que vêm falar para que não haja esses cargos na Ouvidoria e na Corregedoria, não querem Segurança. É um discurso que diz assim: “estão abrindo novos cargos”. Como se fosse consumo, como se fosse inchaço, como se fosse acomodação! Estão confundindo com o que fizeram em São Leopoldo, quando perderam a Prefeitura aqui, abriram mais de 100 cargos lá em São Leopoldo para acomodar os derrotados da última eleição de Porto Alegre! Em Porto Alegre necessitam-se de quatro cargos, porque, sem eles, nenhuma corporação pode existir com armas, se ela não se autofiscalizar, se ela não se autocontrolar. Há que existir Ouvidoria! Não há como! A não ser que os senhores queiram que a Guarda Municipal continue com pedaço de pau na mão, com cabo de vassoura para enfrentar os traficantes, os assaltantes, os latrocínios, o vandalismo, a invasão nos prédios.

Bem, o que se viu na história recente, me parece, é que esses Vereadores estão de acordo com a invasão, estão de acordo com o vandalismo. E não vamos muito longe: lembram da destruição do Relógio do Ano 2000 que foi depredado, destruído? E que, por incentivo do Governo anterior, ficou tudo como está! Então, agora, não queremos uma Guarda com arma?! Isso é um discurso eleitoreiro, um discurso fácil. Vêm aqui e apresentam como se fosse uma acomodação de pessoas. Estão confundindo! Quando perderam o Governo em Porto Alegre, abriram mais de 100 cargos lá em São Leopoldo para acomodar os derrotados de Porto Alegre.

Agora precisamos de quatro cargos, cargos sérios, para a Guarda Municipal, pois a lei exige que, para ter armas, são necessários esses quatro cargos! Ir contra esses quatro cargos é ir contra a segurança da sociedade, da população. Então, por favor, sejamos mais coerentes quando usarmos esta tribuna. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maristela Meneghetti.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mesmo que os assuntos nacionais tenham predominância, hoje, na imprensa brasileira, eu queria falar de uma outra imprensa, a imprensa chamada “nanica”, e que faz um trabalho magnífico na cidade de Porto Alegre. O Jornal Restinga, lá da nossa Restinga, editou uma matéria sobre o campeonato do carnaval - uma belíssima edição - e também fez um trabalho magnífico de reportagem, denunciando as instalações públicas abandonadas, que estão, há muitos anos, sendo depredadas pela própria população, sendo ocupadas por marginais, como é o caso do Posto de Saúde Castelo, que está abandonado; como é o caso do banheiro da Esplanada, que está completamente sujo, abandonado, com os vidros todos quebrados; como é o caso o antigo prédio da Companhia Estadual de Energia Elétrica, que está completamente depredado - a 4ª Unidade. É um patrimônio público que não só é destruído pelos vândalos, mas que também não é reconstruído.

Então, um jornalista que mora na Restinga, chamado Názaro Borges, pergunta se todos nós não somos responsáveis por isso. Numa rua da Vila do Salso, dentro da Restinga, há uma ponte interditada. Há um aviso lá, mas esse aviso está riscado de um lado - do outro lado não -, e a ponte, que deveria estar interditada, não está; ela está servindo de passagem para automóveis - até o dia em que cair um automóvel, ou morrer uma criança, ou acontecer alguma coisa grave, um sinistro, numa obra pública que merece a atenção de todos.

Eu vou assumir um compromisso com o nosso repórter, brilhante repórter, que fez um trabalho belíssimo não só de denúncia, de documentação, mas um libelo pelo abandono das populações, especialmente no bairro Restinga, local onde foi fundado o Distrito Industrial da Restinga e que, até hoje, gerou meia dúzia de empregos. É a Restinga que, a partir de determinada hora da noite, não tem transporte; a Restinga, que é uma cidade com 180 mil habitantes, com quase cem mil eleitores e que é tão abandonada pelas autoridades, não só pela distância, não. Não é uma questão de distância, é uma questão preconceitual; inclusive aquela é a marginal da Cidade, e na medida em que nós vamos cercando parques, em que nós expulsamos os quilombolas dos seus locais, em que nós rejeitamos as pessoas, fechamos fábricas, mandamos embora investimentos do Rio Grande do Sul, nós vamos aumentando essa rejeição, nós vamos tendo como fotografia não a predação da comunidade como forma de revolta contra o Estado, mas principalmente a sua revolta contra a própria marginalização, contra a própria exclusão.

É dessa forma que se faz exclusão: a indiferença dos homens públicos, todos, aos prédios, aos locais onde poderiam estar funcionando um posto de saúde, uma creche, uma sala de aula. Aí nós vemos o quanto nós temos que progredir. E a desculpa, Ver. Gerson, não pode estar na falta de recursos, não. Até faltam recursos, mas há a falta de criatividade, e, principalmente, se nós excluímos, nós não podemos mais nos aproximar dessas pessoas. O próprio Estado não tem mais condições de pedir a essas pessoas para fazer sociedade, para fazer parceria, para arranjar mão-de-obra para a reconstrução desses postos, já que não há dinheiro.

O primeiro grande libelo dessa reportagem está assim: “Parem de excluir!" Deveria ser premiada essa reportagem - com esses prêmios que dão aqui para outros repórteres, que ficam adulando as autoridades - por dizer uma grande verdade: o patrimônio público ainda não está sendo cuidado, está abandonado e, especialmente, se nós queremos saber como é que se faz exclusão, visitemos os prédios públicos das favelas e das zonas mais marginalizadas.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Pede Liderança o PP. Aproveito para pedir que a Verª Mônica transmita ao Ver. João Dib que estamos sentindo a sua falta nesta Plenária, na tarde de hoje.

A Verª Mônica Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pessoas que nos assistem, hoje, ao abrir o Jornal do Comércio, na página 3, na coluna de Fernando Albrecht - e todos nós que estamos na política normalmente fazemos disso uma leitura constante -, fiquei muito impressionada com as informações, carga plena do meu querido amigo e colega Ver. Comassetto, porque aqui diz que o Prefeito Fogaça resolveu criar quatro cargos, a bel prazer, quando, na realidade, ele prometeu diminuir os cargos na Prefeitura. Eu acredito, tenho a convicção de que, no mínimo, o leitor, o porto-alegrense, merece a informação na íntegra, por completo. Todos nós, aqui, sabemos que a criação desses quatro cargos nada mais é do que a exigência para que a Guarda Municipal esteja armada. E eu me surpreendi mais ainda, já que essa é uma exigência do seu Governo, Vereador - Decreto nº 5.123, de julho de 2004 -, que exige que uma Guarda, para estar armada, tem que criar a sua corregedoria, a sua ouvidoria. E, ontem, quando a Verª Sofia me fez a pergunta do por que da criação desses cargos, por que não se utilizar os cargos já existentes, eu fui pesquisar - acho que mania de jornalista -, passei a estudar o assunto, e soube que é uma obrigação também que esses cargos sejam independentes, que eles não tenham ligação nenhuma com outra área. Isso está aqui. Isso tudo é do seu Governo. Eu tenho todo o material comigo.

Então, eu me surpreendo, fico entre surpresa e chocada com esse tipo de informação, porque quando a população de Porto Alegre, nas ruas, vive amedrontada, e é o medo o nosso companheiro constante, o meu, o dos senhores, quando nós estamos com as casas gradeadas, com alarmes, com cães, onde nós não temos a menor segurança de ir e vir, e vejo esse tipo de informação, eu tenho certeza de que o Ver. Comassetto desconhece, porque conhecendo-o como eu o conheço, eu sei que não pode passar de desconhecimento.

Eu ocupo esta tribuna para informar, também, que fiquei muito contente ao ver que a Verª Maria Celeste, o Ver. Mario Fraga aqui, neste mesmo lugar, apontaram o problema da Segurança. Todos os meus dois colegas citaram que “é preciso que os policiais possam agir” - frase da Verª Maria Celeste; e também que é necessário que o Secretário da Segurança de Porto Alegre apresente o seu projeto. Só que o Secretário, Kevin Krieger, esteve aqui e apresentou o seu projeto de uma maneira fantástica. Reuniu todos os Vereadores na sala da Presidência e mostrou o Projeto que o Executivo está mandando para cá. E cabe a nós, Vereadores, dar essa resposta à sociedade, para a comunidade de Porto Alegre, porque a Guarda tem de ser uma guarda armada, porque é até uma piada essa guarda fazer segurança a um colégio, a uma escola e dizer para o baderneiro ou para o ladrão: “Só um pouquinho, que eu vou pegar o meu cassetete”.

Eu não entendi. Então, eu quero dizer para os Srs. Vereadores, meus colegas e minhas colegas, que de Segurança eu não entendo tanto quanto o meu pai, que, para mim, é um expert nessa área. Mas, o mínimo que nós, Vereadores, temos de fazer é aprovar, sim, esse Projeto, é qualificar a Guarda, é possibilitar que ela use arma, porque de nada serve uma Guarda sem arma. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Raul Carrion.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, antes que comecem a me chamar de “basista” exacerbada ou esquerdóide, enfim, pela minha posição anterior em relação à Via Campesina, eu sempre procuro buscar conteúdo, para que também não fique um discurso esvaziado. Prontamente, muitos intelectuais, inclusive vazios, que certamente nunca passaram fome ou lutaram, na prática, pelo seu País, pelo território nacional, no outro dia ao fato que aconteceu, já saíram, de uma forma, fazendo baderna contra uma posição política.

De qualquer forma, no meu discurso anterior, eu disse que não estava entrando no método que se estava utilizando por aquela luta política. Mas busquei, e aqui tenho o relatório, que quero ler em um mês, acho que em um mês consigo ler tudo isto - um bíblia -, e todos os dias eu quero ler um versículo desta bíblia. E quero falar um pouco dessa “santa” empresa chamada Aracruz. (Lê.): “Uma empresa de celulose que é controlada por quatro acionistas majoritários, que detém o direito a voto: grupo Lorens (28%), Banco Safra (28%), Votorantin (28%), e BNDES (12,5%). Estes são os controladores” - os chamados ‘nacionalistas’ - “do conselho de administração. Independentemente deste conselho, existe uma diretoria estatutária que toma as decisões estratégicas. Isso explica porque a Votorantin é acionista da Aracruz e também ‘concorrente’. Isso permite que as duas empresas apareçam como aliadas em certos casos e projetos, e concorrentes em outros”.

Mais adiante, diz: “Projeto regional de controle de água e de território” - Ver. Gerson Almeida. “O crescimento das plantações do Rio Grande do Sul aprofunda e expande um modelo regional de controle dos recursos naturais. A terra, a paisagem e a água - incluindo o aqüífero Guarani e as hidrovias (rios Uruguai e Jacuí). Este controle dos recursos também inclui a garantia de energia e água para processar a pasta de celulose (as hidrelétricas que estão previstas para o rio Uruguai). Ou seja, implantar as plantações para celulose nas terras do Rio Grande do Sul também inclui as estratégias para o controle da água.

A Aracruz trabalha com o conceito de ‘hortos’ florestais com distribuição geográfica das plantações espalhadas em pequenas manchas e utilizando encostas e áreas impróprias para agricultura mecanizada (como as encostas). O modelo de grandes ‘blocos’ é utilizado pela empresa Stora Enso” - que é uma concorrente -, “onde o pinus em geral está bem próximo das estradas. Esta opção é definidora da logística para escoar e processar a madeira e a celulose”, Ver. Haroldo de Souza, que está prestando atenção, fico muito feliz por isso.

“Os hortos da Aracruz” - essa ‘santa’ empresa - “estão em Guaíba, onde está sua fábrica que está modernizada e ampliada, além de Eldorado, Pântano, Encruzilhada e Camaquã. Os planos da empresa são expandir nesse mesmo eixo pela BR. A Aracruz pretende inovar na logística e usar a hidrovia do Jacuí, pois assim reduz o uso de combustíveis e custos e se torna mais competitiva. A empresa sueco-finlandesa Stora Enso, maior empresa de celulose do mundo, anunciou que pretende construir uma fábrica de processamento de pastas às margens do rio Uruguai nos próximos sete anos. Esta empresa está hoje atuando a oeste da RS-2. A geopolítica das empresas papeleiras é um projeto de controle a longo prazo. É preciso considerar a expansão das plantações e seus efeitos na apropriação...”.

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Cara Vereadora, estou ouvindo atentamente o seu pronunciamento, e eu acho muito importante; este tema é, de fato, um tema de alta relevância, e que, lamentavelmente, os últimos episódios acabaram eclipsando, que são os desertos verdes que estão sendo construídos e estão procurando áreas, já que no chamado Primeiro Mundo não há mais espaço para esse tipo de atividade. E um estudo recente da UFRGS demonstra que naquela região, onde se quer plantar 50.000 hectares de eucalipto, chove 12,5% a menos do que a água necessária para que aquelas florestas fiquem em pé, ou seja, vai usar praticamente todo o lençol freático. Era só para reforçar o tema, e parabenizá-la por trazer este assunto.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Vereador e ambientalista, que tem muito a contribuir para essa causa.

Sr. Presidente, solicito tempo para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: É preciso considerar a expansão das plantações e seus efeitos na apropriação e uso dos recursos e controle do território como um projeto a longo prazo. A atividade agrícola dos pinus e eucaliptos depende de contratos e investimentos no plantio que levam vários anos para a colheita e para o retorno de dólares. Isso distingue essa monocultura agrícola de outras, como a soja. As fábricas de pasta de celulose envolvem altíssimos investimentos, e isso deve ser garantido com a compra de terras para empresas e com contratos que assegurem o retorno do investimento junto aos seus ‘parceiros’ ou ‘arrendatários’. A curto prazo a procura por terras para esse fim aumenta o valor da terra, o que é uma questão para a desapropriação para a Reforma Agrária. A longo prazo a terra se torna tão deteriorada - e o custo de destocá-la e recuperá-la para o uso agrícola tão inviável - que levar os plantios até à exaustão do solo e da água se torna a única alternativa.

Além disso, a compra da madeira na hora da colheita será definida pelo mercado - estas mesmas poucas empresas. Na hora da venda, quem vai definir o preço são as empresas, porque só elas têm a capacidade de processar a celulose. Os efeitos devastadores...” - Vereadores e Vereadoras - “...das plantações de pinus e eucaliptos nos países vizinhos, como do Uruguai e da Argentina (províncias de Missiones e Corrientes) comprovam seus impactos no esvaziamento do campo e na devastação ecológica...” - e o Movimento dos Sem-Terra é que destrói as nossas terras; chega até ser uma brincadeira. “A situação dessas regiões bem próximas comprova que o aumento da área com plantações não promove o crescimento econômico para o campo nem é uma solução efetiva para o empobrecimento rural e o êxodo da população para os grandes centros.

Onde se instala uma plantação não há lugar para outras espécies de vegetação, de animais, como também não há lugar para seres humanos: são os desertos verdes”. Senhoras e senhores, “a verdadeira selvageria - utilizar extensões de terras para uma monocultura que agride o País ambientalmente, gera lucros para uma minoria e em nada contribui para combater a desigualdade social - ainda não foi percebida pela ‘elite pensante’. Os inconformistas quase nunca têm razão nos precisos termos em que se manifestam. Mas quase sempre têm razão na identificação do problema que os inconforma e no sentido geral da solução que, eventualmente, lhe será dada. Aos inconformistas só a história, nunca os contemporâneos, pode dar razão”. Essas são palavras, sociólogo e médico Ver. Sebenelo, de Boaventura de Souza Santos. “...No calor do abril vermelho, nenhuma outra ação patrocinada pelas organizações do Movimento dos Sem-Terra provocou tanta indignação na elite pensante brasileira quanto as invasões das plantações de celulose de megaempresas como a Klabin e Veracel - leia-se Aracruz Celulose - em Santa Catarina e na Bahia. ‘Sem-terra agora invadem terras produtivas’, apressaram-se a alardear...” Que pena que não estou tendo água para continuar falando!

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Água para a Verª Maristela Maffei.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: “...quase agradecidas pela munição que lhes era oferecida, as manchetes e chamadas dos principais jornais e telejornais brasileiros. Afinal de contas, não seria mesmo indefensável a ocupação de terras de empresas rentáveis, que empregam mão-de-obra nacional e pagam (quase sempre) em dia seus impostos?

O senso comum - e disso se aproveitam alguns respeitáveis colunistas...” - inclusive, pessoas de Partido de esquerda - “... parece dizer que sim. Entretanto, uma análise mais próxima impõe o seguinte questionamento: ‘Sim, a terra é produtiva. Mas produtiva para quem, cara pálida?’.”

Portanto, hoje, eu termino o primeiro versículo desta ‘bíblia’, mas vou continuar dentro do meu direito legal, já que a imprensa não coloca este lado. Aqui nunca ninguém defendeu vandalismo, mas nunca denunciaram esse vandalismo contra o nosso País. Esse vandalismo, esse terrorismo que fazem contra a nossa terra!

Então, nesse sentido, pode até ser que muitos não me entenderão, ou que nunca mais eu retorne a um pleito eleitoral, mas estou cumprindo o meu dever ideológico e dever cívico com a minha Nação. E vou continuar com essa postura, enquanto Deus me der vida e bravura para lutar por aqueles que precisam, porque aqui eu os estou representando, pois eu não sou simplesmente a figura de uma Vereadora. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereadora, desculpe que não houvesse água, uma vez que falava em dois períodos.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N. 6898/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 143/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que altera a redação do art. 100 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), alterando o processo de encaminhamento de Mensagem Retificativa do Executivo.

 

PROC. N. 0079/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 007/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que dá nova redação ao art. 1º e inclui art. 1-A na Lei n. 8.196, de 22 de julho de 1998, que dispõe sobre a exibição de animais da fauna exótica, para fins artísticos de diversões públicas, comerciais, culturais, científicos, promocionais, ou de qualquer outra natureza, por estabelecimentos de caráter transitório, proibindo a exibição de animais exóticos amestrados para fins de diversão pública. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 0948/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 037/06, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que disciplina o uso de caçambas estacionárias e/ou contêineres nas vias públicas, dá outras providências, e revoga as Leis n. 7.969, de 21 de janeiro de 1997, n. 8.401, de 2 de dezembro de 1999 e n. 9.080, de 9 de janeiro de 2003.

 

PROC. N. 0949/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 004/06, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que altera a redação do caput do art. 71 e acrescenta o art. 71-A à Lei Complementar n. 12, de 07 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, que institui posturas para o Município de Porto Alegre, proibindo o leilão de eqüinos abandonados.

 

PROC. N. 0999/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 005/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que acrescenta § 3º ao art. 45 da Lei Complementar n. 170, de 31 de dezembro de 1987, e alterações posteriores, que estabelece normas para instalações hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos e dá outras providências, autorizando o Poder Executivo a incluir o nome do consumidor nas Contas.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N. 7126/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 155/05, de autoria da Ver. Margarete Moraes, que inclui § 1º, renunerando os demais, no art. 102 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), excluindo do anúncio dos projetos e substitutivos a cópia das proposições.

 

PROC. N. 0077/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 005/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que dispõe sobre a esterilização de animais domésticos e dá outras providências.

 

PROC. N. 0837/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 028/06, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que institui o Dia Municipal da Caminhada, cuja finalidade é incentivar a prática de atividades físicas, a ocorrer, anualmente, no dia 21 de setembro, que passará a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 0838/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 029/06, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que institui o Mês da Saúde Preventiva da Obesidade Infantil no Município de Porto Alegre, que ocorrerá, anualmente, no mês de junho, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 0934/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 006/06, que dispõe sobre a desafetação de área localizada na Rua Jarí – Região 02: Noroeste, pertencente ao Município, com destinação para escola para fins de habitação popular.

 

PROC. N. 0962/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 009/06, que cria na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, a Corregedoria da Guarda Municipal e a ouvidoria da Guarda Municipal; cria Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Administração Centralizada e dá outras providências.

 

PROC. N. 0963/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 010/06, que cria Cargos em Comissão na Administração Centralizada, altera a Especificação de Classe de Cargos de Guarda Municipal, constante da letra “b”, do Anexo I, da Lei n. 6.309, de 28 de dezembro de 1988, altera as Especificações de Classe de Cargos de Guarda Municipal, constantes, do Anexo II, da Lei n. 6.203, de 28 de outubro de 1988, alterada pela Lei n. 6.412, de 9 de junho de 1989, da letra “b”, do Anexo II da Lei n. 6.253, de 11 de novembro de 1988, alterada pela Lei n. 6.410, de 9 de junho de 1989 e da letra “b”, do Anexo I, da Lei n. 6.310, de 28 de dezembro de 1988, alterada pela Lei n. 6.411, de 9 de junho de 1989, e dá outras providências.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N. 7399/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 332/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui a Semana Municipal do Partenon a realizar-se, anualmente, no período de 20 a 26 de outubro, que passa a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 7400/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 333/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que inclui o ensino da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – no currículo das escolas municipais de Ensino Fundamental. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 0078/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 006/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que dispõe sobre a proteção ao idoso e dá outras providências.

 

PROC. N. 0760/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 024/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que altera a Lei n. 9.725, de 1º de fevereiro de 2005, que dispõe sobre o funcionamento das casas de jogos por computador, mediante a inclusão dos arts. 7º-A, 7º-B e 7º-C e nova redação do art. 8º, estabelecendo a criação de cadastro dos usuários, a adequação de equipamentos para acessibilidade e um raio mínimo de 200m de qualquer estabelecimento de ensino para instalação de casas de jogos.

 

PROC. N. 0840/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 003/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que dá nova redação ao caput do art. 20-A da Lei Complementar n. 12, de 07 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, que institui posturas para o Município de Porto Alegre, estabelecendo condicionantes para o cercamento de logradouros públicos como largos e parques.

 

PROC. N. 2220/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 083/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que concede o troféu Honra ao Mérito à Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados (SPAAN).

 

PROC. N. 6940/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 144/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que concede o troféu Honra ao Mérito a Enid Diva Marx Backes.

 

PROC. N. 0032/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 026/06, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Sindicato dos Telefônicos do Estado do Rio Grande do Sul – SINTTEL.

 

PROC. N. 0673/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 022/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Av. Ferdinand Kisslinger o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 3035, localizado no Bairro Vila Ipiranga.

 

PROC. N. 0674/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 023/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua João Pedro Pacheco da Cunha o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 3034, localizado no Bairro Vila Ipiranga.

 

PROC. N. 0860/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 003/06, que autoriza a desafetação e a doação de próprio municipal localizado na Rua Dona Teodora, 420, 420 inferior, 440, 450 e 460 para o DEMHAB para fins de implantação do Programa Integrado Entrada da Cidade - PIEC.

 

PROC. N. 0870/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 054/06, de autoria dos Vereadores Claudio Sebenelo e Luiz Braz, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Jorge Leopoldo Moraes.

 

PROC. N. 6360/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 028/05, que concede o uso de área localizada na Praça Arquiteto Demétrio Ribeiro para instalação da sede da Associação Comunitária de Mães da Batista Xavier.

 

PROC. N. 0859/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 002/06, que autoriza a desafetação e a alienação da passagem de pedestres n. 06 do Loteamento Três Figueiras, localizado entre as Ruas Cel. Armando Assis e Prof. Fernando Carneiro, aos lindeiros.

 

PROC. N. 0982/06 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N. 002/06, de autoria da Mesa Diretora, que altera a redação do caput do art. 51 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, estabelecendo que o período de reuniões da Câmara Municipal de Porto Alegre, independente de convocação, passa a ser de 15 de fevereiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 3 de janeiro do ano subseqüente. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 0908/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 034/06, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua Dr. João Satt o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 3030, localizado no Bairro Vila Ipiranga.

 

PROC. N. 0933/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 005/06, que retifica o § 1º do art. 1º da Lei n. 9.810/05, que autoriza a permuta de próprio municipal, sito na Av. Prof. Oscar Pereira n. 2603, por área particular sita na Av. Prof. Oscar Pereira nos. 3173 e 3179, nesta Capital.

 

PROC. N. 0945/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 035/06, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Parque Germânia o logradouro público não-cadastrado, denominado Parque Alemanha, localizado no Bairro Vila Ipiranga, estabelecendo nova delimitação, e revoga a Lei n. 6.688, de 15 de outubro de 1990.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, funcionários desta Casa, pessoas que nos assistem, ocupo esta tribuna hoje para falar de um Projeto de minha autoria que está em primeiro dia de Pauta a respeito dos leilões que acontecem na Cidade de Porto Alegre; o dos cavalos. Nós todos sabemos que Porto Alegre, hoje, é manchete de jornais, revistas, da mídia falada, devido às carroças e aos maus-tratos aos animais.

E é justamente por essa causa que eu tenho, desde o dia em que assumi como Vereadora, me empenhado muito. Primeiro, porque gosto muito de animais e, segundo, porque não precisa nem gostar para ver, para sentir, a situação dos nossos cavalos - e tenho vários recortes de jornais - que são abandonados, maltratados por seus proprietários. E o que é muito comum acontecer nesta Cidade, quando esses cavalos são encontrados, é que eles são recolhidos das vias públicas e vão a leilão na EPTC.

O mais incrível de tudo isso é que esses leilões acontecem envolvendo quantias irrisórias. São valores baixos. E os seus antigos proprietários, aqueles que destratam os cavalos, os abandonam, esperam os 90 dias em que os cavalos ficam aos cuidados, no depósito da EPTC, aguardando que eles fiquem novamente em condições de trabalhar, de levar peso além da sua conta, como mostra muito bem esta foto. (Mostra a foto.) Eles vão até o leilão, e fazem o arremate. E começa, novamente, a mesma história; é um círculo vicioso.

Então, elaborei um Projeto, e peço a atenção de todos os Srs. Vereadores desta Casa, àqueles que gostam de animais como eu, e àqueles que não têm essa paixão, mas que têm o mínimo de sensibilidade, para que leiam com atenção e aprovem este Projeto.

No meu Projeto, eu quero que esses cavalos, que são leiloados pela EPTC, sejam doados para as instituições que fazem a equoterapia; um trabalho maravilhoso, feito com pessoas portadoras da Síndrome de Down, pessoas que sofrem de depressão, e aconselho que aqueles que desejam conhecer o trabalho visitem o Exército, para acompanhar o trabalho maravilhoso que eles vêm fazendo.

Então, senhores e senhoras, peço a todos que tenham atenção para com este Projeto, que o aprovem, porque é a oportunidade que temos de terminar com esses atos criminosos que acontecem na cidade de Porto Alegre, cometidos pelos carroceiros, aqueles que cometem crueldade com os cavalos. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Dr. Goulart, Presidente desta Casa, Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste.

Verª Mônica, eu tenho certeza de que, se houvesse oportunidade de cobrar multa dos carroceiros, a EPTC seria mais rigorosa na fiscalização, porque há uma Lei que disciplina o trânsito de carroças em Porto Alegre. Infelizmente, os carroceiros não têm dinheiro para pagar a multa, e por isso nós estamos vendo o que ocorre com as carroças, que cada vez mais aumentam. Assim como ocorre com os contêineres que estão tomando conta da nossa Cidade; essas caçambas de recolhimento de lixo, sem o mínimo critério. E é desse Projeto, protocolado por este Vereador, que nós vamos falar.

O que nós pretendemos? Pretendemos eliminar da cidade de Porto Alegre esses contêineres, essas caçambas de recolhimento de lixo, com essa qualidade. São verdadeiros equipamentos de guerra estacionados nas avenidas e ruas da nossa Cidade, provocando acidentes graves como os que ocorreram nos últimos anos. O que nós estamos propondo é que, no mínimo, 50% das laterais dessas caçambas, por um sistema padronizado, sejam sinalizadas com cores reflexivas, para que nós possamos visualizá-las com segurança a, pelo menos, 50 metros de distância, principalmente à noite.

E não são somente as condições em que elas se encontram hoje que criticamos, mas, sim, a maneira como elas estão sendo estacionadas. Não há um critério para a colocação dessas caçambas. As empresas que exploram esse serviço, por não sofrerem uma fiscalização, por não terem uma penalidade, colocam essas caçambas onde bem entendem: colocam nas esquinas, em cima das calçadas, não se preocupam com as pessoas que por ali andam. Os pedestres, muitas vezes, têm que desviar dessas caçambas, andando pelo meio da rua, correndo risco de acidentes, sem contar o desconforto, e o direito que as pessoas têm de ir e vir.

É um total desrespeito com a Cidade, com as pessoas que transitam de automóvel, e também com os pedestres. Nós pretendemos fazer uma legislação que nos dê um pouco mais de segurança, que exija um pouco mais de responsabilidade dos profissionais que exploram esse trabalho, penalizando-os quando não cumprirem aquilo que for determinado. Essas caçambas, como eu disse antes, terão de ter, no mínimo, 50% da sua extensão destinada à visualização em cores amarelo e preto, cores essas que vão refletir à noite, evitando que as pessoas sejam surpreendidas, como todos nós, quando enfrentamos essas verdadeiras armas de guerra assassinas, porque são feitas de ferro, e muitas vezes estão carregadas de restos de material de construção, estacionadas por semanas, sem o compromisso do seu recolhimento. Muitas delas têm, inclusive, materiais orgânicos. Houve a situação de uma caçamba que nós fotografamos que continha um cachorro morto. Então, isso demonstra que não há fiscalização, as pessoas perderam o respeito. Essas pessoas que eu digo, são as que exploram esse trabalho; elas colocam as caçambas em qualquer lugar. Ontem, passando pela Rua Duque de Caxias, encontramos uma caçamba totalmente branca; quer dizer, não há nem um pouco de preocupação quanto a sua sinalização.

Eu espero, Sr. Presidente, que a Casa, os nossos colegas Vereadores acolham esse Projeto, inclusive emendando-o se discordarem da forma como eu o estou propondo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.  

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Dr. Goulart, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, aceitei com muita tranqüilidade as duas críticas à nossa intervenção de ontem, justificando a nossa posição contrária à nova criação de CCs na Administração Pública Municipal, feitas pelo Ver. Elias Vidal e pela colega Verª Mônica Leal.

Volto a esta tribuna com o mesmo tema, referente ao PLE nº 009/06, que se propõe a criar novos cargos de CC para a Guarda Municipal. Verª Mônica Leal, nós estamos aqui discutindo um conceito de administração pública. Não somos contra a qualificação da Guarda Municipal. E gostaria de expor as nossas, e as minhas razões, com as quais, talvez no final, V. Exª venha a concordar.

São sete as razões para ser contrário a este Projeto. Primeira razão: o “Sr. Executivo Municipal”, hoje Prefeito José Fogaça - e toda a sua base de apoio -, disse, na campanha, com todas as letras, que iria diminuir os cargos de confiança e valorizar o funcionalismo. Esta é a primeira razão. Pelo menos com a oposição eu quero que ele cumpra o que foi dito em campanha.

A segunda razão para fazer oposição a este Projeto: no dia 31 de dezembro de 2004, tínhamos 738 CCs. Hoje, temos 780 CCs; portanto, mais 42 CCs. Se foram criados mais 42 CCs, por que é que já não foi suprida a problemática da Segurança Pública?

A terceira razão para ser contra o Projeto: dentre os cargos propostos para a Secretaria de Segurança Pública do Município, está a criação de CC de Ouvidor. Todos nós sabemos que CC é cargo de confiança. E colocar um cargo de confiança para ouvir a comunidade, será o Ouvidor de um ouvido só, porque vai ouvir só aquilo que quer para o seu Governo. Não vai ouvir as contrariedades, nem encaminhá-las.

A quarta razão para ser contra este Projeto: informações recebidas hoje: assinado pelo Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, em documento oficial da Secretaria e do Governo; está aqui a assinatura: Sr. Prefeito José Fogaça. Na Guarda Municipal temos 540 funcionários públicos municipais; destes, 26 já são CCs. Será que, dos 26 CCs existentes, não é possível deslocar alguns para ocuparem essa função? Verª Mônica, V. Exª há de concordar comigo.

A quinta razão para ser contrário ao Projeto: segundo a Lei Municipal e a Lei Orgânica, tem que constar no Diário Oficial quantos funcionários e quantos CCs devem existir em Porto Alegre, e isso não está publicado no Diário Oficial, com a exceção, vejam as senhoras e os senhores, da Câmara de Vereadores - que dizem que temos 275 CCs na Câmara de Vereadores, e a EPTC, que tem 65 CCs. A EPTC, Ver. Ervino Besson - e V. Exª vem aqui, muitas vezes, fazer críticas à EPTC -, tem 65 CCs. Vocês sabem quantos CCs tinha na EPTC no dia 31 de dezembro de 2004? Dez! Aumentaram para 65 os CCs na EPTC nesse período, e não precisou passar o Projeto pela Câmara, porque é empresa pública. Além do mais, na FASC - está publicado aqui - há dois Presidentes. Será que ainda mantém o Presidente antigo, demitido por diversos problemas de ordem institucional? Respondam isso!

Mais uma razão para sermos contra esse Projeto: quantos CCs recebem hoje hora extra? Segundo informação do Sr. Prefeito Municipal, datada de 10 de março, pasmem senhoras e senhores: 703 CCs recebem hora extra. Isso não acontecia na nossa Administração; questiono: isso não é um verdadeiro caixa dois dos CCs na Administração Pública do Município de Porto Alegre? Justifiquem-me a criação de novos CCs!

Somos contra, radicalmente, a esse Projeto até que todas essas questões sobre esse escândalo da utilização dos CCs e de verbas públicas em horas extras sejam respondidas, Sr. Presidente.

Verª Mônica Leal, com todo o carinho que tenho por V. Exª, quero continuar esse debate. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres Vereadores, nobres Vereadoras, indo o discurso do colega Ver. Carlos Comassetto, dizer que fico surpreso e, talvez, me volte uma pontinha de esperança - ao menos é o que este político pensa.

Eu sou contra essa fábula de cargos de confiança, o que, para mim, é a origem do nepotismo, algo tão combatido na imprensa. Tanto é que no Poder Público não temos um cargo de confiança. Mas o PT, será que ele acordou de vez, criticando cargos de confiança? Quando S. Exa., o Presidente da República, só no seu gabinete, aumentou cinco mil cargos de confiança? Sem ponto assinado? Duvido que estejam presentes nas suas funções! Mas, como eu digo, eu saio, hoje, Ver. Haroldo de Souza, um pouquinho mais esperançoso desta Casa, porque eu acho que o PT vai começar a se acordar um dia e reduzir esse manancial de cargos de confiança que sempre financiou esse Partido.

Mas, Sr. Presidente, nobres Vereadores, o que eu quero e preciso colocar, Ver. Claudio Sebenelo, o que me traz aqui, hoje, é uma notícia que me preocupa muito, nobre Vereadora, porque essa invasão do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra resultou na morte de uma criança de cinco meses. Estamos encaminhando esse assunto, através deste Vereador, Sr. Presidente, ao Ministério Público, para que ele apure as responsabilidades da morte desse bebê, usado, salvo melhor juízo, como escudo na beligerância das invasões que ocorreram na Fazenda Coqueiros.

Nós temos histórias em que colocam as crianças como barricada. A Constituição é clara; o Estatuto da Criança e do Adolescente é claro, estabelecendo em seu art. 18 (Lê.): “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.

Sr. Presidente, levar uma criança de cinco meses para um confronto de uma invasão de terra, isso não pode acontecer no nosso Brasil. E, se acontecer, não pode ter o nosso apoio. Nós, que somos aqui responsáveis pelas políticas públicas, homens públicos, eleitos para defender as coisas da nossa comunidade, não podemos compactuar e ver passar em brancas nuvens a morte de um nenê, ouvindo gente bradando foices, dizendo “a cada foice, uma cabeça” e, de outro lado, soldados terem de cumprir uma ordem judicial. Eu perguntaria: se um de nós tivesse que cumprir uma ordem e colocassem crianças inocentes à nossa frente, o que faríamos? Descumpriríamos, certamente, essa ordem, sujeitos a ser punidos por isso, Sr. Presidente.

Por isso também estou encaminhando a esta Casa, pelo art. 95 do Regimento, uma Moção de Solidariedade às crianças que, a exemplo do bebê Tauana Paola da Silva, de cinco meses, que morreu no último dia 13, no acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, localizado no Município de Coqueiros do Sul, para que nós possamos discutir, Sr. Presidente, o uso de crianças inocentes que ainda não têm discernimento do pensar e do decidir, por movimentos que usam o dinheiro público, que usam o afrontamento e a imagem santa e inocente das crianças do nosso Brasil. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. Muitas vezes a angústia em se produzir a lei nos leva a buscarmos, a ferirmos disposições que estão regradas na Constituição e de resto nas normas que regulam as matérias nos diferentes planos de Governo, de Poder, de competência. É o caso, por exemplo, da iniciativa do Ver. Aldacir Oliboni. Vou sugerir a S. Exa., aliás, já tivemos em tempos passados de discutir o instrumento de que dispõe a Câmara, a Casa, que é o Pedido de Providências, instrumento que ao longo do tempo foi perdendo significação, foi, por assim dizer, abandonado, e a partir de um determinado momento se investiu exatamente nessa direção do Projeto de Lei. Não se discute aqui o mérito, mas nós só podemos conceber projetos que se enquadrem nos ditames da Constituição e da lei, sob pena de levarmos as pessoas a serem, por assim dizer, iludidas, porque, de antemão, sabe-se que projetos dessa natureza não se sustentam, podem e nos levam, inquestionavelmente, a uma situação de descredibilidade. Mas de que valeu a lei e aquele projeto que nós acompanhamos se não houve conseqüências? Embora o mérito seja inquestionável, hoje as dificuldades todas enfrentadas pela população com deficiências é muito grande, nós sabemos, e a linguagem de sinais, a Libras, é extremamente importante, nós todos concordamos. Só que não podemos fazer leis, quando nós ferimos disposições constitucionais.

Temos dito, Presidente, que nós podemos sentar uma manhã - eu e V. Exª ou qualquer um dos Vereadores - e produzimos vinte Projetos de Lei. Sentamos uma manhã, atacamos diferentes setores e produzimos vinte Projetos de Lei. Só que vamos esbarrar exatamente na inconstitucionalidade e na ilegalidade. Mas o que nos resta fazer com uma matéria importante que é a linguagem de sinais, a Libras? Produzir um Pedido de Providências bastante substantivo e fazer um debate, pegarmos tempo e fazermos um debate dizendo: “Olha aqui, faz-se necessário colocar nos currículos do sistema de ensino em Porto Alegre a linguagem de sinais”. Travar um debate em cima de um Pedido de Providências e lutar pela idéia. Agora, fazer-se um Projeto de Lei é esbarrar-se na impossibilidade jurídico-material, na impossibilidade constitucional.

Por isso, muitas vezes, quando se fazem as estatísticas, muitos perdem essa corrida, porque não se dá exatamente a atenção a esse aspecto, que reputo fundamental. Evidentemente nós temos situações em que os limites da constitucionalidade são controversos. Mas, quando se trata de matéria rotundamente inconstitucional, nós temos que parar. Obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

Apregôo a viagem da Verª Manuela d’Ávila, que vai representar esta Casa em reunião com o Ministério dos Esportes, em Brasília, no dia 16 de março, para tratar de assuntos pertinentes à sua Comissão.

O Ver. Ervino Besson, nosso líder trabalhista da Zona Sul, está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.

Vereador Comassetto, V. Exª, assim como outros Vereadores, como o estimado colega Ver. Mario Fraga falou há pouco, sobre a insegurança que a nossa Cidade está vivendo. Eu lhe pergunto: se V. Exª estivesse no lugar do Secretário Municipal de Segurança, nosso colega Ver. Kevin Krieger, que faz um excelente trabalho, qual seria a posição de V. Exª? A Guarda Municipal tem 603 homens, preparados, com curso da Polícia Federal e da Brigada Militar para exercer as suas funções. Preparados e com condições de usar armas. Só que a Lei exige que a Guarda Municipal, para usar armas, tem que ter uma Corregedoria e uma Ouvidoria. Qual a posição do Secretário? Mandar um Projeto a esta Câmara para ser examinado, discutido, e votado por nós, Vereadores e Vereadoras.

Eu pergunto a V. Exas.: desses 603 homens da Guarda Municipal, será que há pessoas preparadas para exercer o cargo de Corregedor e Ouvidor? Se o Secretário Kevin Krieger, estimado Ver. Comassetto, não tivesse mandado para esta Casa o Projeto, aí nós teríamos condições de criticar a sua administração como Secretário. Mas ele mandou o Projeto para esta Casa; se não tivesse mandado, aí sim, seria incompetência dele, o que não foi o caso.

Ele enviou para que nós examinássemos e discutíssemos este Projeto, em que ele dá condições, meu estimado Ver. Comassetto, para que a Cidade receba um reforço policial, para que nós possamos dar condições melhores de segurança para o nosso povo e para a nossa Porto Alegre.

V. Exª denunciou, como vários Vereadores denunciaram aqui - eu vou-lhe conceder um aparte daqui a pouco -, e todas as denúncias que a Guarda recebe, antes de ir ao local, até para a sua própria segurança, já que eles não têm armas - o que vai fazer um Guarda sem arma? -, ela pede reforço para a Brigada Militar. E a Brigada Militar, muitas vezes, retira homens que estão dando segurança à população, para ir socorrer a Guarda Municipal, porque, como a Guarda Municipal vai até um local defender o patrimônio público, se não tem arma?

Existe a Guarda Municipal, mas ela tem condições de dar segurança aos porto-alegrenses? Não tem! Então, o Secretário mandou este Projeto aqui para que nós votássemos, para que a Guarda Municipal tenha condição legal de portar arma e dar segurança ao nosso povo, à nossa Porto Alegre, e principalmente ao patrimônio público, que responsabilidade direta da nossa Guarda Municipal.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ERVINO BESSON: Concedo-lhe um aparte, Ver. Carlos Comassetto.

 

O Sr. Carlos Comassetto: Ver. Ervino, quero afirmar que nós não somos contrários ao Secretário, quero deixar isso bem claro. Nós estamos fazendo uma contrariedade ao modelo de gestão que está propondo aumentar o número de CCs. Na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana existem 26 CCs já alocados, ou seja, Cargos de Confiança, e o Município está propondo criar mais quatro, ficar com 30. Por que não utiliza esses quatro, se esses pontos são tão estratégicos? E já criaram mais 42 além dos que a nossa Administração deixou no dia 31 de dezembro de 2004. Existe uma contradição, e é isso que nós estamos discutindo. Muito obrigado.

 

O SR. ERVINO BESSON: Vereador, eu não quero entrar nessa área, porque eu não tenho dados sobre o que V. Exª está colocando; eu não vou discutir, porque eu não tenho dados. Respeito a opinião de V. Exª

Para encerrar, Vereador, eu também quero dizer que o nosso ilustre Presidente da República criou no “canetaço” - até havia dito, parece-me, no dia ontem - quatro mil CCs. Agora diz o meu colega, Ver. Ismael, que não foram quatro mil - que “canetaço”! -, foram cinco mil CCs! Isso também tem que ser dito aqui nesta Casa. Obrigado, Sr Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha nas galerias da Casa e pela TVCâmara, uma das questões que tem sido provocativas nesta tribuna é com referência ao Projeto do Executivo que trata da alocação de novos CCs para a Guarda Municipal. Eu tive o cuidado, primeiro, em não particularizá-lo no Projeto do Executivo, e, segundo, de falar com a nossa Secretária Municipal para verificar o porquê da necessidade da criação desses novos cargos. E ela me disse que nessa compactuação das horas extras e dos CCs e da alocação para Guarda Municipal e para área da Saúde existem dois elementos que tem que ser considerados, com a prerrogativa de tornar válida a hora extra e assegurar o serviço público imediato à população de Porto Alegre. Esses dois requisitos tratam, primeiro, da essencialidade. E se algum Vereador aqui discordar que é essencial o serviço de Saúde e o serviço da Guarda Municipal, por favor, que retorne a esta tribuna para se identificar, porque são duas questões que são eminentemente próximas e próprias da população de Porto Alegre: Saúde e Segurança.

O segundo requisito é o da eventualidade, que é dar segurança jurídica para, em determinadas situações, eventualmente, conceder hora extra. Algum de vocês tem coragem de identificar em que hora se dá o problema da Saúde, em que hora se dá o problema de Segurança? Ou eles não são problemas diuturnos da nossa Cidade? Diuturnos! Assegurando, dessa forma, o pagamento, a concessão da hora extra.

Mas eu quero registrar, aqui, alguns dados da Secretaria Municipal da Saúde: em janeiro de 2003, foram pagas 2.705 horas extras; em 2005, esse número reduziu-se para mil horas; em janeiro de 2006, concretizaram-se 840 horas com o mesmo tipo de atendimento à saúde identificado pela Secretaria Municipal de Saúde; do pronto atendimento. Isso nos faz pensar que a Administração Pública se faz com seriedade, não com aqueles atos não-corajosos de deletar máquinas, apagar dados, não ter, nessas áreas-fins - Saúde e Segurança - registro da fila de espera para atendimento na área da Saúde. Um equívoco tremendo para a população de Porto Alegre! Nem tampouco alocar alguns servidores, Ver. Sebenelo, Ver Goulart, no apagar das luzes, para a área da Saúde, com 30% de insalubridade; valores que, criteriosamente, não seguiram qualificação, não seguiram bom atendimento, não seguiram tempo de serviço.

Os critérios que seguiram não sabemos, mas, por um ato sério da Prefeitura, uma Portaria cancelou o ato, devolvendo os servidores para as áreas que lhe competiam, não prejudicando os serviços públicos de Porto Alegre.

Mas como esse é um tema e que provoca a alguns, porque em 16 anos não trataram isso de forma séria, hoje estamos aqui, respondendo aos problemas vivenciados em outras Administrações. Mas estamos aqui respondendo, e proponho inclusive que façamos, nessas áreas que têm a prerrogativa da eventualidade e da essencialidade, uma avaliação mais concreta do programa da Saúde.

Infelizmente, Ver. Dr. Goulart, não consegui trazer o tema que me motivou.

Existe um Programa Federal que quero levantar aqui, da situação, chamado Jovem Empreendedor; um Programa que atenderia aos jovens de 16 a 24 anos, para estímulo ao fomento de novas empresas, de novos negócios. Infelizmente, mais um Programa que não deu certo, pela burocracia, pela falta de facilidade nas linhas de crédito. E, pasmem, senhores, desde a criação desse Programa, no ano passado, apenas cinco planos de negócios foram concretizados. Sou jovem. Aqui, muitos Vereadores elencam os 46,4 % dos jovens que não têm acesso ao trabalho e à educação.  E, enquanto isso, nós vemos o Governo Federal “tapando o sol com a peneira”. O Jovem Empreendedor não conseguiu concretizar nem tampouco um primeiro emprego.

Mas, diga-se de passagem - e eu quero registrar isso aqui, à Bancada do PMDB, solidarizando-me com a Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social -, o Governo do Estado ainda é o primeiro Estado em colocações de jovens com idade entre 16 e 24 anos no mercado de trabalho - não pelas facilidades do Programa; muito antes pelo contrário, mas pela nossa perspicácia, nossa imersão junto aos empresários para sensibilizá-los de que mudança social se faz com ação, não com discurso.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, prezados colegas Vereadores e Vereadoras, em nome do Partido dos Trabalhadores, eu venho a esta tribuna dizer que, hoje, muito do que falta na Administração Pública Municipal é de única e exclusiva responsabilidade do modelo de gestão que está sendo desenvolvido na Administração Fogaça. Quando se fala que estão faltando médicos nos postos de saúde, Dr. Goulart, quando se fala que há dificuldade de recursos públicos para pagar os médicos - conforme observação do Ver. Maurício Dziedricki -, e quando se adotou a política que foi votada aqui nesta Casa de não repassar aumento aos funcionários públicos, isso tudo, Ver. Ervino Besson, tinha uma razão muito clara e muito objetiva: aumentar a arrecadação dos Cargos em Comissão, dos CCs, da Administração Pública Municipal. O documento assinado pelo Sr. Prefeito José Fogaça nos informa quantos funcionários recebem horas extras e quantos CCs recebem horas extras. (Exibe documento.) Pasmem, senhores e senhoras, as ouvintes e os ouvintes: 703 CCs da Administração Pública Municipal recebem, hoje, hora extra. Nós poderemos chamar isso, ou não, de um caixa dois na Administração Pública Municipal?! Um caixa dois oficial?! Toda a discussão que havia lá na CPI era sobre o caixa dois extra-oficial. Poderemos dizer que esse é um caixa dois oficial? Será que com todo o recurso, Dr. Goulart, com todos esses 703 CCs recebendo horas extras, nós não poderíamos ter um conjunto de médicos contratados para atender a emergência daqueles postos de saúde que estão fechados, como é o caso do Posto de Saúde da Vila Castelo, onde até as telhas do Posto foram roubadas, Dr. Sebenelo?

Num Pedido de Providências que encaminhamos ao Executivo Municipal para que lá houvesse Guarda, disseram que não havia efetivo da Segurança Pública Municipal, Verª Mônica. No entanto, na Secretaria Municipal de Segurança existem 26 CCs.

Portanto, essa discussão sobre a qualidade da Administração Pública... Ver. Gerson, V. Exª que foi Secretário, junto com a Verª Sofia, junto com o Ver. Todeschini, sabe que nós sofríamos constantemente nesta Casa, uma bateria de oposição qualificada, e, hoje, nós estamos aqui, tranqüilamente, retribuindo isso, porque, em campanha, o Sr. Prefeito José Fogaça e toda a sua base de sustentação argumentaram e convenceram a sociedade de que não aumentariam os cargos de confiança! E isso não é verdade! Hoje, há 42 CCs a mais do que no dia 31 de dezembro de 2004. E vejam mais: dos CCs, 703 recebem hora extra. Isso significa o seguinte: os CCs - todos nós sabemos disso - possuem o regime de RDE - Regime de Dedicação Exclusiva -, para prestar esse serviço que é de confiança e tem que ter qualidade técnica, Ver. Haroldo de Souza. Portanto, se eles estão recebendo horas extras, nós queremos saber qual é a quantidade e quanto deixaram de repassar aos trabalhadores, uma vez que a valorização dos funcionários públicos foi outra promessa de campanha. Essa política valoriza o CC, desvaloriza o funcionário público municipal e desqualifica o serviço na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu saúdo a todos.

Eu falo, neste momento, em Liderança, em nome da minha Bancada, do PDT, honra-me muito falar em nome do Partido Democrático Trabalhista. No dia 14, às 11 horas da manhã, por determinação desta Casa, eu estive na Ceasa, representando o Legislativo por determinação do nosso querido Presidente, Ver. Dr. Goulart. Eu me senti muito honrado, porque eu tive uma passagem na Ceasa como Diretor, um período como Diretor-Administrativo e outro período como Diretor-Técnico Financeiro, no Governo do nosso querido Alceu de Deus Collares. Para mim, foi uma passagem muito marcante na trajetória da minha vida, porque eu nunca escondi - e não vou esconder nunca - que as minhas origens são no interior, na agricultura, na roça, no cabo da enxada, no arado com boi; não era com a facilidade que há hoje, quanto praticamente a agricultura é, em grande parte, mecanizada. E lá na Ceasa, fui muito bem recebido, como sempre, pela diretoria, pelos funcionários, e em nome do Diretor-Presidente Jacob Nestor Seibel, quero aqui agradecer pela acolhida e mandar um abraço fraterno a todos.

No evento ocorrido na Ceasa, meus colegas Vereadores e Vereadoras, foi lançado um programa que eu achei da maior importância: o Programa do Monitoramento da Área Produtiva. Diversos segmentos estão envolvidos, como a Emater, o Laboratório Central, o Instituto de Pesquisas Biológicas, a Fundação Estadual de Proteção e Pesquisa em Saúde, o Departamento de Produção Vegetal da Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, enfim, e a Ceasa.

O que é esse Programa de Monitoramento? É um acompanhamento dos técnicos da área produtiva da nossa agricultura na qualidade do nosso produto. Esses produtos que são monitorados por essas instituições, que têm credibilidade, com técnicos de grande competência, é mais um avanço na área da agricultura. Porque a prevenção da saúde - como prevenção número um - está no momento em que sentamos à mesa para consumir o nosso alimento: a qualidade e a procedência do nosso alimento.

Que bela iniciativa da Ceasa, meus colegas Vereadores e Vereadoras!

Que belo trabalho! Sem dúvida! Isso nos enche de orgulho.

E, como já disse antes, tive uma passagem pela Ceasa, passagem que marcou a trajetória da minha vida, quando o meu querido Governador, à época, Dr. Alceu de Deus Collares, me deu essa oportunidade, Verª Neuza, de me colocar lá no meu chão, nas minhas origens.

E, quando a Ceasa lança um produto desses, o Governador Collares foi lembrado naquele dia, pois se há um Governo que deixou marcada a sua trajetória neste Estado, foi Alceu de Deus Collares, com o Programa Troca-Troca, o Programa dos Condomínios, e outros tantos programas que foram lançados na área da agricultura, recuperando, assim, a credibilidade do nosso produtor.

Portanto, mais uma vez, em nome da Casa, queremos parabenizar a Diretoria da Ceasa, juntamente com toda a equipe que estará envolvida no programa - Dr. José Ivan da Rosa; Dr.ª Raquel Fiori de Sousa; Dr. Adoraldo Schio; Dr.ª Suzana Andreatta Nietidt; Dr. Amauri Moraes Pereira; Dr. Jandir Vicentini Esteves; e Dr.ª Jupira de Fátima Pedroso de Souza. É uma equipe com grande conhecimento.

Então, parabéns, e tenho a certeza de que a comunidade e os nossos consumidores ganharão muito com isso.

Para encerrar, eu gostaria de fazer um desafio aqui. Aproveito este momento, se tiver alguém ligado diretamente ao Governo, que nos informe com relação aos últimos 16 anos, da Administração do PT, quantos CCs foram criados, e se algum desses CCs recebia hora extra. Eu gostaria de saber, e acho que a Casa precisa saber também. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Dr. Goulart, demais Vereadores e Vereadoras, é com grande satisfação que falo no tempo de Liderança do Partido Comunista do Brasil. Em primeiro lugar, Ver. Dr. Goulart, quero fazer referência a uma visita que fizemos, hoje, pela manhã, à Instituição Servos da Caridade, da Congregação Guanelliana, lá na Região Norte, que mantém um trabalho muito importante, Ver. Haroldo. Em primeiro lugar, com o Lar Dom Guanella acolhendo cerca de 30 idosos, digamos, de baixa condição econômica, alguns podendo, e até contribuindo. E tem um belíssimo projeto em construção de outros dois pavilhões e encontram uma série de dificuldade de completar a obra. Depois, estivemos, também, no Centro de Apoio, localizado próximo, onde há um trabalho social com cerca de 70 crianças. Mas identificamos, inclusive, uma capacidade ociosa, Verª Maristela Maffei, que, talvez, através de convênios, vamos tentar - e creio que outros Vereadores possam fazer isso - conseguir aproveitar o potencial que essa Instituição tem de acolher numa região tão precarizada, como é a região da Vila Ipiranga e adjacências, fazendo esse trabalho.

Então, faço questão de referir, aqui, pela necessidade de fazermos encaminhamentos para ajudar essa tão louvável instituição.

Feita esta comunicação, eu queria tecer alguns comentários sobre a pesquisa divulgada no dia de ontem, Ver. Ibsen Pinheiro, uma pesquisa do IBOPE, desta quarta-feira, e da Confederação Nacional das Indústrias. Essa pesquisa foi feita, Dr. Goulart, antes da decisão do PSDB de indicar o Governador Alckmin. Essa pesquisa aponta que o Presidente Lula ganha - é evidente que é uma pesquisa de momento - do Governador tucano Geraldo Alckmin, no primeiro turno, por 43% a 19%, sendo que todos os demais candidatos somam 38% no primeiro turno. Ao mesmo tempo, nesta pesquisa, o importante é que Lula avança em qualquer cenário, e todos os opositores baixam. É interessante combinar essa informação, Verª Neuza Canabarro, com uma coisa que pode parecer extraordinária e fora do quadro. Outra pesquisa de alguns dias mostra que o candidato do PSDB, em São Paulo, no território do Prefeito do PSDB e território do Governador do PSDB, o candidato tucano tem 4%; em todo cenário é o melhor posicionado, e a ex-Prefeita do PT tem vinte e tantos por cento; em segundo lugar, creio, do PMDB, o ex-Governador Quércia, mostrando aquilo que se diz: quem é de casa conhece. Ou seja, em São Paulo, onde estavam disputando os dois candidatos tucanos, os candidatos do PSDB estão mal.

É interessante também dizer que o candidato Garotinho, do PMDB, reduziu em quase 1/3 as indicações em relação à pesquisa anterior de dezembro, e o candidato Rigotto continua com 3%. Então, é claro o processo de polarização, Verª Neuza, Ver. Nereu, nessa eleição.

E qual foi o candidato que o PSDB indicou? Tinha um candidato que era o Serra; apresentava-se como desenvolvimentista, até como um contraponto a algumas falhas que nós temos criticado aqui na política macroeconômica do Governo Lula. Mas o candidato escolhido é o candidato que significa o neoliberalismo aberto e sem disfarces. Então, esta polarização, Dr. Raul, será ainda mais clara. Não só será uma polarização entre o PSDB e o PFL, que já estão armando aliança, correndo o risco de o PFL, conforme a votação da verticalização, optar por não se aliar com o PSDB, mas é um candidato do neoliberalismo sem disfarces, de cara aberta; e um candidato, Ver. Brasinha, de um projeto popular, de desenvolvimento, de soberania nacional, de inclusão social. Então, é evidente que isso levará, temos certeza, que aqueles Partidos do campo popular, do campo desenvolvimentista, e nós achamos que o PMDB, o PDT, o PPS, o PTB, Ver. Mauricio, terão de optar entre o retrocesso ou o avanço. E não queremos dizer que isso não signifique as críticas que nós, do PCdoB, que o PSB e setores do PT fazemos à política macroeconômica do Lula. Significa também que há algo concreto, profundo na economia, que está mudando o País, e que leva o povo a tomar essa posição. Muito obrigado

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero aproveitar esta oportunidade para cumprimentar a Presidenta do Supremo Tribunal Federal, Ministra Ellen Gracie Northfleet. Em 1998, quando fui Presidente desta Casa, ela comandava a Justiça Federal e fazia questão de manter uma relação muito estreita com esta Casa. Todas as vezes que foi convidada para aqui comparecer, ela se fez presente. E em todas as ocasiões ela convidou esta Casa também para se fazer representar na Justiça Federal. Tivemos realmente uma ótima relação. 

Naquela época, com o seu trabalho, ela fez com que houvesse uma grande qualificação na Justiça Federal. Modernizou a Justiça Federal e fez com que a Justiça Federal avançasse muito. Por isso mesmo, nós aplaudíamos o serviço prestado a esta comunidade pela então Juíza Federal Ellen Gracie Northfleet.

O então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso indicou a Juíza para assumir como Ministra no Supremo Tribunal Federal, e, ontem, aconteceu sua posse. Isso nos deixa realmente muito confortados, porque há bastante tempo o Supremo Tribunal Federal vinha sendo comandado de forma política pelo então Ministro Nelson Jobim, fazendo com que nós não tivéssemos nenhuma segurança com relação às discussões constitucionais que estiverem no Supremo Tribunal Federal; nós tínhamos realmente muito receio sempre que alguma questão feria alguns direitos do Partido do Presidente, porque o Ministro Jobim sempre se inclinava a favorecer o Partido do Presidente, e isso eu acho que realmente deslustrou muito a permanência do Ministro Jobim como Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Acho que chegamos, neste momento, a uma mudança a que nós todos, como sociedade, temos que saudar: a ida da Ministra Ellen Gracie Northfleet para o Supremo Tribunal Federal. É um grande marco de uma mudança, uma qualificação que deverá haver no Supremo Tribunal Federal. Competência não falta à Ministra para que ela possa fazer realmente um grande trabalho como Presidenta do Supremo Tribunal Federal. Fico realmente muito feliz com essa assunção, mas espero que uma das práticas do Supremo, que é essa de conceder habeas corpus para quem vai depor lá nas CPIs que estão descobrindo todos estes roubos que foram praticados contra o País pelos Partidos que governam hoje o nosso Brasil... Espero que estes habeas corpus realmente comecem a ter uma interpretação um pouco diferente, pois não podemos assistir a episódios tão lamentáveis como aquele de ontem, em que o Duda Mendonça, marqueteiro do Lula, não quis falar, não quis responder a nenhuma pergunta dos Deputados que queriam saber alguns detalhes a mais sobre essa grande maracutaia que foi feita no Brasil, para poder prejudicar os brasileiros e para poder favorecer aqueles Partidos que estão hoje governando o nosso País.

O Duda Mendonça tinha obrigação de falar. Os Deputados que lá estavam, ontem, saíram realmente constrangidos com aquilo que viram, mas, afinal de contas, o Duda Mendonça estava protegido por um habeas corpus que foi dado pelo Ministro Jobim, mais uma vez, a fim de que ele não precisasse falar nada que o incriminasse ou que incriminasse o Governo Federal.

Por isso vamos esperar que agora, com a nova Presidenta do Supremo Tribunal Federal, com a Dra. Ellen Gracie Northfleet, isso possa mudar. Nós temos certeza de que sim, porque, afinal de contas, para a Ministra Ellen Gracie, não falta qualidade para que ela possa fazer as alterações necessárias a fim de que o Supremo Tribunal Federal possa voltar a ter a confiança de todo o povo brasileiro. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, passo a ler Requerimento, breve, assinado pela Frente Popular, Partidos PSB, PT e PCdoB. (Lê.) “Com base no artigo 94, § 3º, alínea l, do Regimento desta Casa, solicitamos o convite à Srª Secretária Municipal de Administração, Sônia Vaz, para comparecer a este plenário para prestar esclarecimentos acerca do pagamento de horas extras para os 703 CCs da Prefeitura. Atenciosamente, Verª Sofia Cavedon, Ver. Raul Carrion e Verª Maristela Maffei.”

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Solicito à Diretoria Legislativa que dê trâmite a este Requerimento.

Ver. Ibsen Pinheiro, solicito que passe a dirigir os trabalhos, uma vez que será necessário compor reunião conjunta das Comissões para apreciar a próxima votação.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Estão suspensos os trabalhos para Comissão Conjunta.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h54min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 18h35min): Estão reabertos os trabalhos. Visivelmente, não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h35min.)

 

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